Cartas ao director

Rui Tavares    

Poucas vezes tenho lido um historiador com total concordância da minha parte como a crónica de Rui Tavares no PÚBLICO de 16/11/18: Memória, Média e Medo.

Por vezes diz-se que a história se repete mas a verdade é que, como diz Rui Tavares justificando o seu recurso à História, “porque me parece que para entender os tempos em que vivemos precisamos de ir procurar sabedoria à contemplação dos tempos passados”.

De facto assim é. Mas a ignorância da História leva muita gente com responsabilidade a cair nos mesmos erros, continuando assim a castigar esta humanidade já tão castigada desde tempos imemoriais. Nem Lutero se deu conta das consequências do seu gesto “tão católico” nem Jan Huss se deu conta de que ia morrer na fogueira. Todos os déspotas deste mundo,  todos os ditadores, todos os propagandistas das falsas notícias só se dão conta do mal que fazem quando desencadeiam males maiores.

Quais as consequências de Trump palrador? Quais as consequências dum Órban ditador ou de um Erdorgan manipulador? Podemos prever, embora às vezes o “feitiço volta-se contra o feiticeiro”. Precisamos de abrir os olhos e temos de deixar de ser escravos do Facebook ou de outros meios tecnológicos tão importantes mas tão poderosos para convencer os distraídos.

Borges Simão, Torres Novas

A escarpa de mui cobiço

A escarpa junto da Ponte da Arrábida da margem direita do Rio Douro tem dado muito que falar e ainda muitíssimo para ganhar no que toca à construção civil, em que alguns cidadãos se julgam donos de tais escarpados terrenos, seja por usucapião ou por deriva há muito em discussão, metendo, segundo vamos lendo e ouvindo, entidades públicas e privadas.
A ver vamos em que isto vai terminar, mas quando mexe com muitos milhões, a solução não será nada fácil.

José Amaral / VNGaia

As touradas

Felizmente há um largo segmento da sociedade que sente repulsa pela violência e sangue derramado pelos ferros na lide dos toiros. Que país é este (que Parlamento é este?), que aprova uma lei que não permite a violência sobre os animais e ignora deprimentes espectáculos de maldade, onde o gaudio sádico por sangue de uns é atractivo - as touradas? O grupo parlamentar do PS propôs a descida do IVA para as touradas, tendo merecido um abusivo comentário de Manuel Alegre: "Ficam todos a ganhar e é uma vitória de todos. Da democracia"(!). Vitória de todos? Da democracia? Está a considerar que quem acha as touradas repulsivas é tolo. Quem o outorgou para falar por todos? Ao dizer que as touradas são "uma questão de civilização", qualifica quem está contra de incivilizados. Estará obnubilado… Faz todo o sentido baixar o IVA para manifestações de arte, música, literatura, teatro, cinema, bailado e exposições. A ministra da Cultura, ao não permitir a baixa do IVA na tourada, pecou por defeito, devia aumentá-lo para 23%.

Aplauda-se alguns municípios por terem erradicado as touradas, actos públicos de extrema violência sanguinária e gratuita.

Vítor Colaço Santos, Areias

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