Jorge Sampaio diz que actuais e antigos Presidentes devem respeitar-se

Depois de Cavaco criticar Marcelo por causa da substituição de Joana Marques Vidal é a vez de Sampaio criticar Cavaco.

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Jorge Sampaio criticou Cavaco por este ter criticado Marcelo LUSA/MIGUEL A. LOPES

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu esta sexta-feira que é um “bom princípio” que os actuais e ex-chefes de Estado “se respeitem uns aos outros” e não comentem a actividade de quem foi eleito.

À margem das cerimónias do 5 de Outubro, em Lisboa, Jorge Sampaio foi questionado pelos jornalistas sobre se concordava que os Presidentes da República não devem comentar as posições dos sucessores e dos antecessores: “Salvo questões absolutamente excepcionais, que mereçam um comentário geral, mas é um bom princípio que os Presidentes da República, os antes e os depois, se respeitam uns aos outros no sentido em que não comentam a actividade de quem foi eleito por voto directo e universal. É o único.” E sublinhou que foi o que sempre fez, não vendo “razão nenhuma para mudar”.

Jorge Sampaio entrava assim na polémica gerada pelas declarações públicas feitas pelo seu sucessor no topo da hierarquia do Estado, Aníbal Cavaco Silva, ao, a 26 de Setembro, criticar o actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa por ter substituído Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República.

Cavaco Silva afirmou então que a decisão de Marcelo de não reconduzir Joana Marques Vidal era a decisão “mais estranha do Governo que geralmente é conhecido como gerigonça”.
No dia a seguinte, foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa, lembrar que a decisão de nomear a nova procuradora-geral da República foi dele e não do Governo, escusando-se a comentar a crítica de Cavaco Silva sobre o assunto.

Falando aos jornalistas, o actual Presidente da República acrescentou: “O que me está a dizer é que o Presidente Cavaco Silva, no fundo, disse que era a mais estranha decisão do meu mandato. Perante isso, tenho sempre o mesmo comportamento: entendo que, desde que exerço estas funções, não devo comentar nem ex-Presidentes, nem amanhã quando o deixar de o ser, futuros presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado, e não me vou afastar dessa orientação.”

Questionado pelos jornalistas, Jorge Sampaio recusou-se a comentar o caso de Tancos, “por razões óbvias", alegando: “Não farei nenhum comentário de natureza absoluta sobre essa matéria.”

 

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