Bruno Fernandes e Montero contra a tensão e más memórias

Sporting, sem Nani, resolveu na primeira parte o encontro frente ao Marítimo. Regresso aos triunfos no campeonato mantém os “leões” perto do topo da classificação.

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Bruno Fernandes LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Numa noite ainda mais tranquila do que José Peseiro poderia esperar, o Sporting recebeu e venceu neste sábado o Marítimo (2-0), regressando aos triunfos no campeonato após ter perdido na visita ao Sp. Braga. A partida frente aos madeirenses ficou resolvida logo na primeira parte, com golos de Bruno Fernandes (de penálti) e Fredy Montero, que se estreou a marcar esta época. No segundo tempo o ritmo baixou, as situações de perigo escassearam, e ainda deu para o técnico dos “leões” fazer gestão, tendo em vista a visita ao Vorskla, na segunda jornada da Liga Europa.

O Marítimo não guardava boas recordações das últimas visitas a Alvalade. Há duas semanas perdeu lá por 3-1, na Taça da Liga, a sétima derrota nas últimas oito viagens ao recinto “leonino”. Mas o emblema insular está marcado na memória colectiva sportinguista pela partida da última jornada da época passada: a derrota nos Barreiros (2-1) custou o segundo lugar aos “leões” e afastou-os do acesso à Liga dos Campeões. A tensão no regresso a Lisboa já era evidente e, dois dias depois, precipitou-se com a invasão à Academia de Alcochete e agressões a alguns futebolistas. Seguiu-se o processo de rescisões por justa causa e tudo o que levou à destituição de Bruno de Carvalho e marcação de eleições.

Ainda que a uma escala menor, este reencontro entre Sporting e Marítimo também ficou marcado por um foco de tensão. Peseiro considerara “inadequada e reprovável” a reacção de Nani à substituição no encontro com o Sp. Braga, deixando-o fora dos convocados. Jovane Cabral surgiu no lugar habitualmente ocupado pelo capitão, com a outra novidade no “onze” a ser Petrovic na posição de Battaglia. Mas a equipa não se ressentiu da ausência de Nani, com Jovane Cabral e Raphinha a darem a dose de velocidade e irreverência necessárias.

As equipas partiam igualadas na classificação, ambas com dez pontos, mas os 90 minutos vincaram o mundo de diferenças que as separa. Sem ter aplicado uma intensidade extraordinária, o Sporting impôs-se com naturalidade perante um adversário que pouco trabalho deu a Salin. Na outra baliza, Amir teve uma noite mais agitada. E, logo aos 12’, não conseguiu evitar que Bruno Fernandes inaugurasse o marcador, num penálti a castigar falta sobre Raphinha. O jovem brasileiro surgiu isolado após grande passe de Jovane Cabral e foi derrubado pelo guarda-redes do Marítimo.

A reacção da equipa de Cláudio Braga foi tão tímida quanto inconsequente. Marcão ensaiou o remate de longe, que não levou qualquer perigo para a baliza de Salin, e mais tarde ninguém chegou para fazer o desvio ao livre de Danny. O lance mais perigoso dos insulares na primeira parte surgiria no período de compensação e quando o Sporting já vencia por 2-0 — após livre, a bola ressaltou num defesa e fica à mercê de Montero, que só teve de encostar. O Marítimo podia ter reduzido antes do intervalo, quando Barrera tentou encontrar Danny, solto de marcação na área “leonina”. A bola passou por Salin e Danny só tinha de encostar, mas Acuña recuperou e antecipou-se para evitar o golo.

Após um primeiro tempo muito pobre, o Marítimo mostrou outra atitude nos minutos iniciais da segunda parte, mas Rodrigo Pinho viu Salin segurar o seu remate, e Correa à entrada da área atirou ao lado.

Foi demasiado pouco para colocar em questão o triunfo “leonino”, que até podia ter sido mais dilatado. Aos 60’ valeu o grande corte de Zainadine a evitar o golo de Bruno Fernandes, e pouco depois Ristovski obrigou Amir a uma defesa apertada.

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