Obras de alargamento da A4 em Águas Santas prontas em 2020

Início da obra foi travado por processo judicial interposto por um dos concorrentes mas Brisa prevê que trabalhos comecem nas próximas semanas.

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A Escola Primária da Granja foi transferida para outro local, para permitir alargamento da A4 Fernando Veludo/NFactos

Depois de dois anos à espera de uma decisão judicial, a Brisa espera que as obras de duplicação das vias da A4, entre o túnel de Águas Santas, na Maia, e o Nó de Ermesinde, em Valongo, comecem nas próximas semanas, estimando a conclusão dos trabalhos para 2020. A empreitada, que se segue à construção de um novo túnel, em curso, inclui também a reabilitação dos dois troços subterrâneos mais antigos.

Quem segue pela A4 e chega a Águas Santas já vê, há algum tempo, a abertura do novo Túnel Norte, mas a obra, que custa 13,5 milhões de euros, tem o seu uso condicionado pelo atraso da segunda fase desta empreitada de alargamento do troço entre esta zona e o Nó de Ermesinde, presa nos tribunais depois de o vencedor do concurso, a Soares da Costa, ter falhado a apresentação de documentos vários e ter tentado impedir a adjudicação ao segundo classificado, em 2016.

Dois anos depois, e após decisão judicial favorável à Brisa, esta pôde finalmente entregar a obra ao mesmo consórcio que tinha construído o túnel e que já está a instalar, no terreno, o estaleiro. Esta quarta-feira, durante uma apresentação da obra à imprensa, Victor Santiago, director da concessionária, admitiu que, resolvidos estes problemas, os trabalhos estarão concluídos até ao final de 2020, sendo que, um ano antes, será possível utilizar já o novo túnel, por onde fluirá o trânsito que segue no sentido poente, em direcção ao Porto.

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A empreitada custa outros 13,4 milhões de euros, inclui o alargamento de duas para quatro vias de circulação de cada faixa de rodagem, mas também trabalhos de requalificação dos dois túneis mais antigos, que passarão a servir apenas o trânsito no sentido Porto-Vila Real, e a construção dos acessos ao viaduto da Granja, construído em 1995 mas que nunca teve qualquer uso, por falta de ligações nos seus extremos.

A Brisa conta também lançar nos próximos meses um outro concurso, cujo valor andará acima dos seis milhões de euros, para a requalificação do nó de Ermesinde, do qual desaparecerá a praça de portagens do acesso àquela localidade de Valongo, inutilizadas desde que este troço da A4 deixou de ser pago, estimando que esta obra possa ser concluída praticamente ao mesmo tempo da que agora vai começar.

O processo de alargamento da A4, entre Águas Santas e Ermesinde tem vários anos, e decorre do contrato de concessão que prevê este tipo de intervenção a partir de um determinado volume de tráfego diário. Em 2011, a Brisa e a Câmara da Maia assinaram um protocolo, a partir do qual a autarquia cedeu à empresa terrenos seus, necessários para a empreitada, e contou com o apoio desta para o realojamento, em habitações construídas de raiz, de 46 famílias que viviam num aglomerado de barracas, e para a deslocalização de uma escola. A Brisa pagará também os acessos ao viaduto que há 23 anos permanece sem qualquer uso, nas imediações da área de serviço existente neste troço, e que, findas as obras, servirá o trânsito local e substituirá também uma passagem para peões sobre a auto-estrada, que vai ser demolida.

Presente nesta apresentação, na Maia, o autarca local, Silva Tiago, congratulou-se com o fim do diferendo judicial que permite o arranque da obra, criticando o abuso do recurso aos tribunais nas obras públicas, que prejudica as populações, notou.

A seu lado, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, aproveitou a oportunidade para chamar a atenção para o "gargalo" que, apesar desta obra, vai persistir na saída para Ermesinde. O socialista lembra que aquela via serve esta cidade e a de Valongo, neste concelho, mas também Águas Santas, na Maia e Baguim do Monte e Rio Tinto, em Gondomar, onde vivem 200 mil pessoas. E mostrou-se disponível para estudar, com o município da Maia, uma alternativa, que poderia passar por uma saída da A4 mais a poente, a apresentar ao Governo e à concessionária.

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