À espera do sucessor de Peter Sagan no fim do arco-íris

Áustria acolhe até ao fim de Setembro os Mundiais de estrada, sem Geraint Thomas nem CHris Froome entre os mais de mil corredores que enfrentarão uma das provas mais duras das últimas década.

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EPA/VALENTIN FLAURAUD

O Campeonato do Mundo de estrada de 2018, em ciclismo, regressa hoje à Áustria para oito dias de pura competição, nas exigentes montanhas de Innsbruck-Tirol, que até 30 de Setembro serão dominadas pela expectativa de ver confirmado o fim do reinado do tricampeão mundial de fundo, Peter Sagan.

Apesar de familiarizado com a região, relativamente próxima da cidade natal do eslovaco nascido em Zilina — 750km a leste de Innsbruck —, Sagan sabe que não deverá poder conservar a camisola “arco-íris” que enverga há 36 meses face ao perfil da prova de 265km, que a União Ciclista Internacional classifica como a décima no ranking do maior acumulado (4.670 metros) de subida na história da competição e a mais temida pela dureza das escaladas desde Lugano 1996 (há 22 anos), com rampas de 28% de inclinação. Sagan garante, apesar de tudo, lutar até aos limites, como fez na Vuelta, onde curiosamente acabou por não somar qualquer vitória em etapas.

Perante este cenário adensam-se as dúvidas quanto ao vencedor, que não será nem Chris Froome nem Geraint Thomas. Os britânicos não integram a selecção que será liderada por Simon Yates, numa decisão assumida pelos vencedores do Giro e do Tour , alegadamente por sentirem que não poderiam apresentar-se a 100%, deixando a responsabilidade ao vencedor da Vuelta em ano de domínio do ciclismo britânico.

Para além de Yates, Sagan terá que defender-se de um naipe de candidatos de peso, como Michal Kwiatkowski (Polónia), Alejandro Valverde (Espanha), Vincenzo Nibali (Itália) e Richie Porte (Austrália).

Campeão do Mundo em 2013, em Florença, Rui Costa (UAE Team Emirates) integra a equipa de elite que representará Portugal na prova de fundo, a 30 de Setembro, e que conta ainda com Nelson Oliveira (Movistar Team), Rúben Guerreiro (Trek-Segafredo) e Tiago Machado (Team Katusha Alpecin).

A selecção de elite entra em acção no dia 26, para disputar o contra-relógio de 52,5km, apostando na capacidade de Nelson Oliveira, quarto classificado no Mundial de 2017, e no bicampeão nacional da especialidade, Domingos Gonçalves (Rádio Popular-Boavista). O contra-relógio reserva para a subida de Gnadenwald (4,9km com inclinação média de 7,1% e rampas que atingem os 14%) a principal dificuldade, a 22km do final.

Portugal estará representado por 12 ciclistas nos Mundiais da Áustria, incluindo quatro corredores — André Carvalho (Liberty Seguros-Carglass), Gonçalo Carvalho (Miranda-Mortágua), João Almeida (Hagens Berman Axeon) e Tiago Antunes (SEG Racing Academy) — na prova de fundo de sub-23 (186,2 km), na estrada a 28 de Setembro. Ainda no escalão sub-23, mas na prova de contra-relógio, Ivo Oliveira e João Almeida entram em acção no dia 24, na primeira prova por selecções do Mundial com presença portuguesa. No dia seguinte, será a vez de os juniores Afonso Silva e Guilherme Mota disputarem o contra-relógio, antes da participação na prova de fundo, dia 27.

O seleccionador nacional, José Poeira, em declarações ao site da federação, sublinhou as dificuldades destes Mundiais. “O percurso é exigente em todas as provas em linha e no contra-relógio de elite. São distâncias muito longas em traçados dos mais difíceis dos últimos anos”, admite, ainda assim confiante na “possibilidade de estar na discussão de todas as provas”. “Acredito que será um bom Campeonato do Mundo para Portugal”. 

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