Sousa submetido a uma exibição cirúrgica por Djokovic

Número um português viu interrompida nos oitavos-de-final a melhor prestação de sempre num torneio do Grand Slam.

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Reuters/Jerry Lai

Foi a estreia possível de um tenista português nuns quartos-de-final de um torneio do Grand Slam. Durante duas horas, João Sousa mostrou as suas qualidades tenísticas, que lhe permitiram, por inteiro mérito, ultrapassar pela primeira vez três eliminatórias num major. Mas Novak Djkovic, um dos principais candidatos ao triunfo no Open dos EUA, soube ser ainda melhor que o vimaranense e, em momentos cirúrgicos, soube fazer a diferença para voltar a vencer Sousa em três sets.

“O marcador não mente, mas foi mais difícil do que o marcador indica. As condições estavam muito difíceis na primeira hora, esperei pelas oportunidades, no final do segundo set e durante todo o terceiro set servi bem e, quando as tais oportunidades apareceram, eu soube capitalizar. Usei sempre o mesmo padrão: atacá-lo na esquerda para abrir o lado direito e funcionou”, resumiu um aliviado Djokovic, depois de ganhar, por 6-3, 6-4 e 6-3, num dia em que os termómetros subiram aos 33 graus e mais 70% de humidade (sensação térmica de 39 graus).

Um primeiro break logo no terceiro jogo deu vantagem a Djokovic, que soube segurá-la com o seu sólido ténis, não perdendo mais do que dois pontos no seu serviço.

A primeira ovação para Sousa aconteceu quando aproveitou erros do adversário para chegar a 0-40, no terceiro jogo do segundo set. Após “oferecer” o break, Djokovic aplaudiu na direcção do público de forma irónica, desagradado com os aplausos recebidos por cada erro cometido. Mas depressa se recompôs e devolveu de imediato o break.

Pela quarta vez em 13 sets disputados com o sérvio, Sousa somou quatro jogos, mas a história repetiu-se: a servir a 4-5, o actual campeão de Wimbledon aumentou a intensidade e a pressão e fechou a partida.

Depois, Djokovic levou mais de seis minutos na ida aos balneários, onde trocou de equipamento e, no regresso, começou a ressentir-se do forte calor. A 2-1, o sérvio foi mesmo assistido fora do court, pelo médico que lhe mediu a pulsação e a tensão. “Às vezes, a única coisa que temos de fazer é sobreviver”, diria mais tarde. A preocupação de Djokovic transformou-se em urgência em terminar o encontro: a 4-3, elevou o nível de eficácia e venceu 11 dos 14 pontos seguintes até concluir.

No seu 11.º quarto-de-final consecutivo em Nova Iorque, Djokovic vai defrontar o vencedor do duelo da sessão nocturna, entre Roger Federer (2.º) e o australiano John Millman (55.º).

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