Se é de reggae que eles gostam mais, levemo-los a um concerto. Pela trela

O Hospital Veterinário de São Bento, em Lisboa, está a organizar para o dia 8 de Setembro um concerto de reggae destinado aos ouvidos dos cães e dos seus donos.

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Já está mais que provado que a música tem influência na vida dos humanos, mas terá o mesmo efeito na vida dos animais de companhia? O Hospital Veterinário de São Bento, em Lisboa, acredita que sim e quer prová-lo. Para tal, convidou todos os “patudos” e os seus donos para um concerto de reggae, a cargo do português Freddy Locks que lançará o seu novo álbum de originais em Setembro.

O palco do concerto que se realizará no dia 8 de Setembro pelas 17h será os jardins do hospital para que seja mais fácil a convivência entre os vários animais.

A ideia, pioneira em Portugal, surgiu devido à necessidade de dar uma nova vida, não só ao hospital, como também à componente veterinária que, segundo Paula Martins, responsável pela comunicação do espaço, “parece estar muito mais ligada à doença e menos à parte lúdica, o que é natural sendo o espaço que é, mas é possível diminuir essa carga negativa que lhe está associada”.

O plano foi ganhando forma depois de alguma pesquisa sobre a influência que a música tem nos bichos e, em particular, se haveria algum estilo musical que estes apreciem mais “uma vez que também são seres sensíveis à música tal como os humanos”, acredita a organização do concerto. 

E porquê o reggae? Porque segundo um estudo da Universidade de Glasgow intitulado The effect of different genres of music on the stress levels of kennelled dogs, os cães estudados demonstraram menores níveis de stress quando submetidos a testes ao som de música dos estilos Soft Rock e Reggae, algo que não aconteceu com outros géneros musicais como o Pop, por exemplo.

O concerto quer trazer ao hospital não só os donos e os seus cães mas também clientes ou visitantes que não se façam acompanhar de nenhum animal e que queiram apenas visitar o espaço, um palacete do século XVII, e “passar uma tarde diferente”.

“No ano passado tivemos uma experiência semelhante, mas sem cães, em que recebemos um concerto ópera no hospital e no decorrer dos ensaios os animais conseguiam ouvir, uma vez que são duas áreas próximas. Nessa altura notávamos que os que estavam em pranto e em sofrimento deixavam de o fazer e acalmavam quando ouviam a música”, conta Paula Martins.

Para assistir ao concerto é necessária inscrição prévia devido às limitações do espaço. No entanto, a condição essencial para estar presente, realça a organização, é “ter um patudo que seja sociável com outros cães e com pessoas para não se correr o risco de haver zaragatas”.

Paula acredita que este tipo de actividade é pioneira em Portugal, apesar de lá fora já existirem até cinemas para cães. “Quem tem animais de companhia dá muito valor a estas actividades que podem fazer em conjunto porque são muito escassas. Há o parque, há os passeios e pouco mais”, remata a organizadora.

No espaço do hospital poderá também visitar uma exposição permanente de fotografias de animais.

Texto editado por Ana Fernandes

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