FIFA faz balanço muito positivo da arbitragem no Mundial

Gianni Infantino destaca implementação do VAR no que considera ter sido o melhor campeonato de sempre.

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EPA/YURI KOCHETKOV

A FIFA fez esta quarta-feira um balanço extremamente positivo das arbitragens no Mundial 2018, bem como da "histórica" implementação do videoárbitro no evento, que classificou como o melhor da história.

"Queríamos que este fosse o melhor campeonato do Mundo e foi mesmo o melhor Mundial de todos os tempos. A arbitragem assumiu um papel crucial nessa conquista, com um desempenho ao mais elevado nível", regozijou-se o presidente da FIFA, Gianni Infantino.

Os responsáveis da FIFA revelaram-se extremamente felizes pela forma como jogadores, treinadores, adeptos e comunicação social aceitaram a introdução do videoárbitro no Mundial, destacando a importância desta revolução tecnológica na modalidade.

"Como disse o presidente da FIFA, o VAR não está a mudar o futebol, está a limpá-lo: o nosso objectivo primordial quando iniciámos o projecto", disse o vice-secretário geral Zvonimir Boban.

O supervisor da implementação do projecto VAR elogiou a "extensa preparação, tanto antes quanto durante o torneio" de todos os agentes, coordenada e orientada pelo líder do Comité de Arbitragem da FIFA, Pierluigi Collina, e pelo seu director Massimo Busacca, considerando que a mesma "produziu resultados excepcionais"

A efectivação do VAR motivou grande debate sobre o futebol e as suas regras, o que agradou ao organismo. "É óptimo que tenha havido uma discussão tão generalizada. Só o entendimento completo das leis do jogo e os procedimentos de VAR já confere credibilidade a essas discussões", reforçou.

A intervenção do videoárbitro no Mundial elevou o acerto das decisões de arbitragem quase a 100%, segundo números avançados pela FIFA. Os juízes acertaram em 95,6 por cento das vezes, sendo que com a ajuda do videoárbitro a eficácia subiu aos 99,35 por cento.

Para isso contribuíram as 17 mudanças de decisão no total de 455 incidentes verificados ao longo dos 64 jogos, uma média de 7,1 por desafio: o VAR interveio assim a cada 3,2 encontros.

Segundo a FIFA, entre as 17 alterações de deliberação estiveram a marcação de nove penáltis -- oito revistos em campo e um em determinação factual do VAR - e três grandes penalidades desmarcadas.

Houve ainda decisões sobre fora de jogo em dois golos, um erro de identidade e dois cartões amarelos atribuídos em análise a potencial expulsão. O VAR confirmou também três decisões, validando um penálti e não marcando dois lances de dúvida na área passíveis de castigo máximo.

Em média, as revisões de lance pelo árbitro em campo demoraram 86,5 segundos, enquanto as do próprio VAR foram de apenas 55,6. Comparando com o Mundial 2014 do Brasil, houve mais tempo útil de jogo (56.55 - 55.14 minutos) bem como mais tempo de descontos nas duas partes, um total de 6.10 contra 5.23.

Maior discrepância no número de penáltis, 29-13, sendo que nove foram concedidos pelo VAR. Ao todo foram exibidos 223 cartões amarelos, 3,48 por partida, e dois cartões vermelhos, ambos por acumulação de amarelos, sem registo de conduta violenta.

Após o sucesso com a arbitragem e o uso do VAR no Mundial, a FIFA promete "continuar os esforços" para melhorar e desenvolver os padrões gerais de arbitragem e auxiliar todas as federações e ligas que desejarem implementar o VAR em suas competições.

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