Cartas ao director

O bate-papo

O debate do Estado da Nação é um desfilar de retórica inconsequente. O bate-papo entre os profissionais da política mostra a não validação de competências dos deputados, consequência do faz de conta da política portuguesa. A imunidade parlamentar que blinda os deputados envergonha a democracia portuguesa. A “geringonça” vai chegar ao fim da legislatura? Com as contas públicas mascaradas, ou muito me engano mas o diabo vai mesmo aparecer. ”Qualquer aliado tem de ser visto exactamente como um inimigo”, escreveu Leon Trotsky.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

A demagogia tem a perna curta

O partido dito socialista não é carne nem peixe e nem arenque vermelho. O primeiro-ministro, Mário Centeno, perdão António Costa, tem a Saúde, Educação e Cultura num estado lastimável, quase idêntico ao seu antecessor, de muito má memória…

"É preciso fazer escolhas", disse Costa. Escolheu os bancos e a finança dando-lhes 9000 milhões de euros! E não só… Muitos, muitos portugueses foram relegados e menorizados em detrimento da casta do costume. Insuportável!

Vítor Colaço Santos, Areias

Impõe-se uma segurança e defesa europeia

Já se percebeu que Donald Trump não vai deixar a presidência dos EUA pelo que possa fazer neste mandato e tem, provavelmente, hipóteses de ser reeleito para um segundo. Toda a sua campanha do “America first”, e todas as inconveniências que faz com os líderes europeus apontam para uma vontade de dividir. E este vai ser o desígnio de Trump.

Ao vermos Trump na Europa, parece que não temos líderes à altura dos acontecimentos por recearem o confronto. E um inculto como Trump, com uma vaga ideia da História, que funciona numa mera lógica de egoísmo e negócios, que diz o que lhe apetece, insulta uns, elogia outros, e depois faz o inverso, domina os acontecimentos. Por sua vez, os políticos europeus ficam em pânico. Em vez de se unirem numa posição firme comum ficam numa espécie de atitude de “vassalagem”. Trump já percebeu que é uma espécie de elefante dentro de uma loja de porcelana onde quer que vá. E aproveita-se disso, o que lhe dá imenso gozo. Com Trump, este é o novo normal da diplomacia, como se viu pelo encontro com Kim Jong-un. Foi um espectáculo mediático e nada mais que isso.

A verdade é que Trump acaba por conseguir fazer muito do que quer, privilegiando a lógica bilateral e menosprezando as instituições multilaterais. Ou os europeus percebem isto se unem, ou Donald Trump e Vladimir Putin, cada um com os seus próprios objectivos, serão os vencedores. A razão original da existência da NATO acabou: já não há URSS, nem Guerra Fria, nem muro de Berlim (agora existem outros “muros” dentro do espaço europeu). Para além disso, a Europa hoje tem tanto problemas de segurança interna como externa e, se continuar a achar que não sobrevive sem os EUA, será um aglomerado frágil de países dependentes de grandes potências externas. Está na mão dos europeus encontrarem alternativas para a sua própria segurança e defesa.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto





















 

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