Há um novo partido em marcha em Portugal, e não é o de Santana

Volt arrancou no fim-de-semana com a recolha de assinaturas para a legalização. Não é de esquerda nem de direita e quer concorrer às eleições europeias de 2019.

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Está em marcha a constituição de um novo partido político em Portugal e na Europa. O Volt, cuja designação tem a ver com a intenção de transmitir uma nova energia à União Europeia, está recolher as 7500 assinaturas para se constituir legalmente como partido.

No último fim-de-semana, apoiantes do movimento Volt Portugal estiveram na zona de Alvalade e no Parque Eduardo VII, em Lisboa, num primeiro contacto com a população portuguesa, dando-lhe a conhecer o primeiro partido pan-Europeu, que surgiu há dois anos como reacção ao referendo do "Brexit" e com a “missão clara de combater os nacionalismos e de lutar para que a Europa seja mais unida, democrática e solidária”.

O Volt já formou partidos nacionais em vários Estados-membros da União Europeia (Alemanha, Bélgica, Bulgária, Espanha e Holanda), que irão concorrer às eleições europeias do próximo ano.

Segundo explicou Mateus Carvalho, do núcleo duro do Volt Portugal, o movimento pretende construir uma Europa verdadeiramente unida e democrática que valorize os seus cidadãos e lhes permita fazer parte da solução para os desafios que enfrentam - uma Europa onde os municípios, regiões e estados trabalham em conjunto para garantir uma igualdade de oportunidades e para melhorar o nível de vida de todos”.

Revelando que o Volt não é de esquerda nem de direita, mas do centro, Mateus Carvalho disse que o movimento “quer passar além dos rótulos de direita e de esquerda”. “Estamos a tentar não nos focarmos nesses espectros de esquerda-direita, mas isso é muito difícil de explicar às pessoas”, disse, reconhecendo que a abordagem é difícil no início, porque os temas pelos quais o movimento se move são diferentes dos temas abordados pelos outros partidos.

Smart State, Renascimento Económico, Igualdade Social, Equilíbrio Global e Dar Voz aos Cidadãos” são os cinco desafios em que assenta o movimento. Mas há mais um. Tem a ver com a Reforma da União Europeia (UE). Os primeiros desafios são adaptados ao nível nacional e local de cada país, o que já não acontece com o que tem a ver com a reforma da UE, que não pode ser transposto para os outros países.

“Concorrer às eleições europeias de 2019 e eleger 25 eurodeputados em sete países é o requisito para se conseguir formar um grupo político no Parlamento Europeu. Esse é o objectivo em termos de tempo”, assumiu Mateus Carvalho, em declarações ao PÚBLICO.

Contando com aproximadamente 8000 apoiantes, o Volt tem já tem 5000 membros, distribuídos por todos os 28 Estados-membros da UE, com vista a à constituição do Volt nos respectivos países.

A convicção de Mateus Carvalho, responsável pela área da comunicação do Volt em Portugal, é que, em finais de Outubro, o movimento tenha as 7500 assinaturas exigidas pela legislação portuguesa para a legalização do partido, abrindo, assim, caminho, a candidaturas no país às europeias do próximo ano e mais tarde às eleições autárquicas.

A média de idade dos membros do movimento a nível europeu ronda os 30 anos e 70% deles nunca militaram em nenhum partido político.

Para além de Portugal, outros países estão a assistir à constituição do Volt, como acontece com Malta, Estónia, Grécia e Dinamarca. Em França, o processo está numa fase mais adiantada, prevendo-se que haja um novo partido ainda este Verão. Já nesta sexta-feira, o Volt será formalmente reconhecido como partido político em Itália.

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