Ministro da Defesa recusa explicar substituição de comandante dos Comandos

Azeredo Lopes aceitou ser “um facto” a substituição de Pipa de Amorim, mas reafirmou que o ministro da Defesa não tem que dar explicações sobre este caso.

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Azeredo Lopes LUSA/MÁRIO CRUZ

O ministro da Defesa recusou esta segunda-feira explicar a decisão do Exército de substituir o comandante do Regimento de Comandos, coronel Pipa de Amorim, afirmando que deixa as “questões de soalheiro para quem as faz”.

“As questões de soalheiro deixo-as para quem as faz. Não tenho que contar razão nenhuma. É, aliás, uma situação que nasce tipicamente através de fontes anónimas para tentar ver se o responsável político pica. O responsável político não tem por hábito intervir em questões de soalheiro e portanto deixa as questões de soalheiro para o nível de onde elas vêm”, respondeu José Azeredo Lopes, em Vila Nova de Famalicão, à margem de uma visita ao Museu da Guerra Colonial, quando questionado sobre o tema.

O PSD questionou o Ministério da Defesa sobre se Pipa de Amorim teria sido substituído por um “princípio de delito de opinião”, como, apontam os sociais-democratas, após ter sido divulgado pelo jornal online Observador que aquele coronel fez um discurso público que desagradou ao chefe de Estado-Maior do Exército (EME). De acordo com o Observador, “o coronel lembrou precisamente a investigação às mortes de Hugo Abreu e Dylan Araújo para lançar críticas à classe política, à classe jornalística e até à instituição militar“.

Azeredo Lopes aceitou ser “um facto” a substituição de Pipa de Amorim, mas reafirmou que o ministro da Defesa não tem que dar explicações sobre este caso: “É um facto que um dia a senhora vai morrer, que eu vou morrer também, são tudo factos. Eu não tenho que explicar factos porque, se tiver que explicar factos, estou justamente a fazer o jogo daqueles que querem inventar factos e a partir de um facto criar realidades que não existem.”

O responsável pela pasta da Defesa referiu ainda que o visado ainda não se pronunciou sobre “o facto”. “Vá perguntar ao senhor comandante ou a quem quiser. Eu ainda não ouvi falar o senhor comandante e portanto questões de soalheiro, que nascem, como todos sabemos, com os mesmo intervenientes de sempre, vai ter que ir perguntar às suas fontes porque foram elas que criaram este facto”, terminou.

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