Marcelo salienta que a autonomia "fez a diferença" nos Açores e no país

Presidente da República recebeu este sábado a Chave de Honra do município de Ponta Delgada.

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LUSA/António Araújo

O Presidente da República considerou hoje que a autonomia dos Açores “fez a diferença” na vivência açoriana, mas também portuguesa, manifestando orgulho por ter votado como deputado da Assembleia Constituinte este regime de governação do arquipélago.

“Conheço os Açores há muitas décadas. Sou testemunha não de um momento, mas de um longuíssimo processo histórico só possível devido à autonomia que, tal como consagrada na Constituição, fez a diferença na vivência açoriana e, por isso, também na vivência portuguesa”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que recebeu hoje, na Câmara Municipal de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, a Chave de Honra do Município, referiu que todos os constituintes “perceberam o alcance do que estavam a votar, e eu certamente percebi”.

E Marcelo Rebelo de Sousa percebeu que este era um “processo imparável, irreversível, de virtualidades crescentes e que, longe de ser contraditório com o todo nacional em que nos integrávamos, só valorizava e enriquecia”.

As décadas que disse ter privado com os Açores e os açorianos “vieram confirmar o acerto desta visão”.

O chefe de Estado declarou que mesmo antes de receber esta distinção da edilidade, que o honra e à nação, já se considerava um pontadelgadense e "beneficiário do direito" de ser visto pelos locais como um deles, porque é um “aliado, sempre incondicional”.

Para Marcelo esta “aliança que vem das afinidades afectivas, ou espirituais, não passa, uma vez criada dura até ao fim da vida”.

O Presidente da República considerou que o facto de Ponta Delgada ser a “capital de Portugal” por estes dias, uma expressão do presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, é uma homenagem prestada” à cidade e, através, desta, à Região Autónoma dos Açores e a “todas e todos os açorianos”.

O Presidente da República referiu que os Açores estão “permanentemente no coração de todas e todos os portugueses”, e Ponta Delgada “de um modo muito especial”, sendo que o entrosamento vivido nestes dias “só peca por ser escasso pelo tanto que haveria a agradecer” em homenagem a “estas terras e estas gentes”.

A decisão da Câmara Municipal de Ponta Delgada, presidida pelo social-democrata José Manuel Bolieiro de atribuir a Chave de Honra do Município, a mais alta distinção honorifica municipal, ao Presidente da República Portuguesa prende-se com o facto de a cidade ser este ano sede oficial da celebração do Dia de Portugal e das Comunidades Portugueses.

De acordo com o regulamento das distinções honorificas da autarquia a Chave de Honra do Município destina-se a "galardoar titulares de órgãos de soberania nacionais ou estrangeiros e personalidades nacionais ou estrangeiras de reconhecida projecção e prestígio, que tenham desenvolvido ou desenvolvam ação meritória relacionada com o Município de Ponta Delgada ou que a ele se desloquem em visita de interesse relevante".

As comemorações nos Açores terminam no domingo com a cerimónia militar, no Campo de São Francisco, onde vão estar cerca de 1.300 militares dos três ramos das Forças Armadas concentrados numa parada militar.

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