Schwartzman e Mertens são nomes a fixar

No torneio de Roland Garros, ambos estão a mostrar as suas qualidades.

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Diego Schwartzman Reuters/PASCAL ROSSIGNOL

Maximilian Marterer, Marco Cecchinato, Karen Khachanov, Anett Kontaveit, Yulia Putintseva, Mihaela Buzarnescu e Lesia Tsurenko são nomes que não se encontram habitualmente nas fases adiantadas de torneios do Grand Slam, mas, por mérito ou com alguma sorte à mistura, estão todos entre os últimos 16 candidatos ao triunfo em Roland Garros. No entanto, há dois que ameaçam tornar-se um hábito chegar tão longe no majors: Diego Schwartzman e Elise Mertens.

Quando Schwartzman tinha 13 anos, um médico avisou-o de que não ia ultrapassar 1,70m em altura. Sabendo que a altura média dos melhores jogadores rondava 1,85m, o jovem argentino comunicou aos pais que ia abandonar o seu sonho de tornar-se tenista profissional. A mãe Silvana veio em seu auxílio: “Disse-lhe que estava errado, que a altura não deve influenciar os seus sonhos e que sabia, desde o dia em que nasceu, que ele ia ser especial.”

Baptizou-o de Diego, em honra ao compatriota Maradona, um dos melhores futebolistas de sempre (e 1,67m de altura). Como o dinheiro era escasso, diminuiu o número de refeições diárias juntamente com o marido para poupar o suficiente para alimentar Diego e os três irmãos mais velhos, Andres, Natali e Matias. E a sua paixão pelo ténis contagiou Diego, cujas habilidades com uma raqueta depressa se notaram e o levaram a preterir o futebol, a sua outra paixão.

A maior envergadura física dos seus adversários aumentava o desafio, mas também reforçou-lhe a tenacidade e determinação de Diego em chegar mais alto: no ano passado, no Open dos EUA, Schwartzman tornou-se no mais baixo jogador a chegar aos quartos-de-final de um Grand Slam desde 1994. Com 25 anos, entrou no "top-25" e, no final de 2017, já tinha acumulado mais de 2,5 milhões de euros em prémios monetários.

Em Janeiro, Schwartzman esteve nos “oitavos” do Open da Austrália e, neste sábado, já como 12.º do ranking mundial, conseguiu o mesmo feito em Roland Garros, ao vencer Borna Coric (40.º), por 7-5, 6-3 e 6-3. Para chegar aos quartos-de-final, o argentino terá de ultrapassar Kevin Anderson (7.º), um sul-africano com 2,03m; um desafio à altura de Schwartzman.

Nesta fase da prova, estão igualmente agendados os duelos Rafael Nadal-Maximilian Marterer, Marin Cilic-Fabio Fognini, Juan Martin del Potro-John Isner, David Goffin-Marco Cecchinato, Dominic Thiem-Kei Nishikori e Alexander Zverev-Karen Khachanov.

A belga Elise Mertens escolheu o ténis por influência da irmã mais velha, Karen. Cresceu idolatrando a compatriota Kim Clijsters e com a ajuda do bem organizado sistema federativo, foi crescendo e apresentando bons resultados nos escalões mais jovens, tendo chegado ao 7.º posto no ranking mundial júnior. Mas foi na época passada, iniciada fora do "top-250", que a atleta da Kim Clijsters Academy despontou: abriu o ano conquistando o primeiro título WTA, em Hobart e terminou com 32 encontros ganhos, incluindo dois em Roland Garros, e um 35.º posto no ranking.

Este ano, Mertens confirmou logo na segunda semana os enormes progressos ao defender o título em Hobart. Duas semanas depois, chegou às meias-finais do Open da Austrália e, passados três meses, somava mais dois títulos no WTA Tour. Embora tenha perdido o primeiro set que disputou em Paris, a belga de 22 anos tem-se mantido imbatível e, neste sábado, cedeu somente quatro jogos à australiana Daria Gavrilova para chegar aos “oitavos”.

Enquanto 16.ª na lista de favoritas, Mertens vais agora defrontar Simona Halep, finalista em 2014 e no ano passado e, nesta edição, presente na condição de número um mundial.

Destaque nesta fase para o 22.º duelo entre Serena Williams e Maria Sharapova (30.ª). A campeã russa de Roland Garros em 2012 e 2014, afastou Karolina Pliskova (6.ª), por 6-2, 6-1, em 59 minutos, mas as únicas duas vitórias da russa sobre Serena acontecerem já em 2004.

Anett Kontaveit (24.ª) somou a quinta vitória sobre uma "top-10" este ano, ao vencer em dois tie-breaks Petra Kvitova (8.ª), autora de 57 erros não forçados. A estoniana tem como próxima adversária a campeã do Open dos EUA, Sloane Stephens (10.ª).

Também nos “oitavos”: Angelique Kerber-Caroline Garcia, Garbiñe Muguruza-Lesia Tsurenko, Barbora Strycova-Yulia Putintseva, Madison Keys-Mihaela Buzarnescu e Caroline Wozniacki-Daria Kasatkina.

Entretanto, João Sousa despediu-se da prova de pares, onde fez equipa com Leonardo Mayer. Nos oitavos-de-final, a dupla luso-argentina perdeu com os espanhóis Feliciano Lopez e Marc Lopez, por 6-3, 6-3.

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