Portugal volta a empatar mas convence na Bélgica

Fernando Santos terá tirado quase todas as dúvidas sobre a equipa titular que irá defrontar a Espanha na estreia do Mundial. Falta ainda o poder de fogo que Ronaldo vem trazer já segunda-feira.

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Gelson Martins no jogo de Portugal contra a Bélgica Reuters/ERIC VIDAL

A 13 dias de se estrear frente à Espanha no Mundial, Portugal voltou neste sábado a empatar no segundo dos três jogos de preparação a caminho da Rússia. Ainda sem Cristiano Ronaldo, a equipa de Fernando Santos deixou uma excelente imagem frente à poderosa Bélgica, em Bruxelas, num encontro que terminou sem golos e reduziu bastante as dúvidas que persistissem ao seleccionador em relação ao “onze” titular que irá escalar para dia 15, em Sochi.

Para o teste mais exigente desta fase experimental, os campeões europeus apresentaram uma equipa titular que deverá sofrer apenas duas mexidas nos extremos verticais até ao jogo inaugural do Grupo B: Beto cederá o lugar a Rui Patrício na baliza e a chegada do titularíssimo Cristiano Ronaldo deverá remeter para o banco Gonçalo Guedes.

Sem um ponta-de-lança de referência, a equipa nacional apostou inicialmente no jogador do PSG (cedido na temporada passada ao Valência) como elemento mais avançado no terreno. Uma experiência que não deu grandes resultados, pela falta de rotina do jovem avançado no lugar.

A primeira parte da partida de Bruxelas foi em crescendo para a selecção portuguesa. Como um carro de motor a diesel, o arranque foi aos solavancos, demorou um pouco a progredir mas explodiu repentinamente em franca aceleração. Ou seja, a Bélgica dominou completamente os primeiros 15’, até os campeões europeus equilibrarem a partida e deixarem em sentido a equipa da casa nos derradeiros minutos antes do intervalo.

Pejados de talento em todos os sectores do terreno, os belgas não foram particularmente convincentes neste ensaio a caminho da Rússia. Especialmente quando o conjunto de Fernando Santos passou a ter mais posse de bola e a impor os seus argumentos, procurando menos o jogo directo, à procura da velocidade de Gelson, para chegar à área adversária.

A falta de uma referência atacante como Cristiano Ronaldo foi contornada com a mobilidade, em especial quando Bernardo Silva se fixou mais na direita, onde a criatividade do seu pé esquerdo é particularmente desequilibrante, tanto a rematar como a desenhar lances ofensivos para a finalização dos seus companheiros.

O resultado foi que, nos últimos dez minutos do primeiro tempo, Portugal conseguiu construir cinco lances de golo contra nenhum dos belgas. A equipa da casa tinha caído abruptamente no encontro, baixando cada vez mais o seu bloco e permitindo o total controlo do jogo aos visitantes.

A exibição agradava a Fernando Santos que manteve inalterada a equipa para o reatamento, enquanto o adversário promoveu quatro alterações. Também a nível defensivo o seleccionador gostou do que viu (apesar de alguns sustos nos primeiros instantes), em especial a dupla de defesas centrais, com Pepe e José Fonte absolutamente irrepreensíveis. Que o diga o letal Lukaku que nunca encontrou espaço para sequer ameaçar e já não voltou para a segunda metade.

No regresso dos balneários Portugal não entrou bem novamente, mas a equipa da casa não mostrou argumentos para beneficiar de alguns erros dos visitantes, com a excepção de dois lances muito perigosos, aos 55’ e 64’, que Beto salvou brilhantemente.

As substituições na equipa nacional começaram aos 63’ (com a entrada de Quaresma para o lugar de Gelson) e o jogo perdeu muita dinâmica. O empate acabou por se justificar, mas custou mais aos adeptos belgas que, descontentes com a exibição dos seus jogadores no relvado, começaram a abandonar cedo as bancadas do Estádio Rei Balduíno.

A última experiência de Portugal antes de voar para Moscovo será frente à Argélia, na próxima quinta-feira, no Estádio da Luz. Uma partida onde já poderá contar com Cristiano Ronaldo, que integra a comitiva segunda-feira, depois de um período de férias. Depois da Tunísia (2-2) este será mais um teste contra um adversário magrebino com o objectivo de preparar o embate com Marrocos na fase de grupos.

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