Morreu Margarida, o falcão-fêmea que nidificava numa floreira

Margarida, companheira de Zuzu, foi encontrada morta num jardim nas imediações da casa da Amadora onde, desde 2012, nidificava numa floreira. A necropsia já foi feita, mas ainda não se sabem as causas da morte.

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“Uma fábula” é como Pedro Cotter chama à história de Zuzu e Margarida, um casal de falcões que fez da floreira de sua casa, na Amadora, um ninho. Contudo, no último domingo, 27 de Maio, o falcão-fêmea foi encontrado morto num jardim perto do edifício. Um dia depois, na segunda-feira, Margarida foi levada para a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa para uma necropsia, mas os resultados poderão demorar algumas semanas.

Um ovo preso ou envenenamento são as hipóteses que Pedro Cotter coloca em cima da mesa. “Ela [a fêmea] estava a meio da postura e pode ter ficado com um ovo preso, ou então pode ter sido envenenada com os ratos que comeu”, explica. Num vídeo que Pedro Cotter partilhou, uma semana antes da morte da fêmea, na página de Facebook que acompanhava Zuzu e Margarida, esta tem um comportamento estranho. “Pareciam ser convulsões”, afirma.

Rui Machado, técnico de conservação terrestre da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), explica que a situação pode ser normal, uma vez que, em contexto urbano, os falcões estão sujeitos a pressões. Além do envenenamento ou do ovo preso, poderá também ter sido falta de alimento.

O casal de falcões nidificava naquela floreira desde 2012 e o fenómeno tornou-se viral na Internet, depois de Pedro Cotter ter instalado uma câmara de filmar junto da janela e passado a transmitir online o dia-a-dia das duas aves, através de uma página no Facebook.

O futuro de Zuzu é, de acordo com Rui Machado, indefinido: “Quando um casal de falcões fica desfeito, o macho poderá procurar outra companheira.” Enquanto isso, Pedro Cotter vai manter a página do Facebook e a janela de casa abertas, para o caso de Zuzu — ou outra família de falcões — voltarem a fazer da floreira um ninho. 

Texto editado por Ana Fernandes

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