Cerca de 240 hectares de vinha afectada em Alijó

Para além dos prejuízos causados à produção existem caminhos intransitáveis.

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" Tenho 69 anos e nunca vi nada assim. Perdi mais de metade da produção", queixa-se um dos produtores Daniel Rocha

O presidente da Câmara de Alijó disse esta terça-feira que a chuva intensa e o granizo causaram estragos em 240 hectares de vinha, considerando tratar-se de uma "situação grave" que atingiu o coração do Douro Património Mundial da UNESCO.

Neste concelho do Sul do distrito de Vila Real, a chuva forte chegou na segunda-feira acompanhada de granizo, deixando um cenário nas vinhas de folhas esfarrapadas, galhos quebrados e bagos caídos.

Esta terça-feira, os serviços municipais percorreram as zonas afectadas e, segundo afirmou o presidente José Paredes à agência Lusa, o primeiro balanço aponta para cerca de 240 hectares de vinha afectada pela intempérie. Destes, especificou, cerca de 90 hectares foram "atingidos a 100%" e os restantes a "cerca de 50%".

José Paredes considerou tratar-se de uma "situação grave", uma "mancha grande de vinha afectada, mesmo no coração do Douro Património Mundial".

A área afectada corresponde à freguesia do Pinhão e à União de Freguesias de Vale Mendiz, Casal de Loivos e Vilarinho de Cotas, onde a viticultura é a base da economia local, a principal fonte de rendimento dos produtores.

O autarca disse ainda que foram "severamente afectados" cerca de 15 quilómetros de caminhos agrícolas, alguns dos quais estão intransitáveis. O mau tempo provocou também a derrocada de alguns taludes e a queda de muros.

Esta manhã, em Vilarinho de Cotas, o produtor José Pinto contou à Lusa que estava na vinha quando a intempérie começou e descreveu "cerca de uma hora de chuva intensa e queda de pedras de granizo do tamanho de grãos de milho".

"As uvas ficaram todas no chão e as hortas estão todas desfeitas. Tenho 69 anos e nunca vi nada assim. Perdi mais de metade da produção", afirmou.

Pedro Perry passou a manhã na vinha a fazer o tratamento às videiras. Este produtor, também de Vilarinho de Cotas, disse que ainda não calculou os prejuízos. "A minha preocupação agora é tratar e tentar minimizar os prejuízos, depois vamos ver", frisou.

O presidente da União de Freguesia de Vale de Mendiz, Vilarinho de Cotas e Casal de Loivos, Faustino Moreira, falou "em catástrofe" e produções "perdidas na totalidade em algumas vinhas". "Estamos a ver os pontos piores. No geral, o granizo caiu em todo o lado só que há pontos em que provocou mais prejuízos", explicou.

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