UEFA deixa recado à FIFA: "O futebol não está à venda"

Aleksander Ceferin dirigiu duras críticas a Infantino, que acusou de "mercantilismo sem escrúpulos".

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LUSA/MARTIAL TREZZINI

O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, criticou nesta quarta-feira o homólogo da FIFA, Gianni Infantino, na sequência dos planos para criar dois novos torneios de futebol, uma intenção que rotula como "mercantilismo sem escrúpulos e altamente cínica" .

O discurso assumido pelo dirigente da UEFA na União Europeu, em Bruxelas, vai de encontro às reservas levantadas pelos clubes e Ligas do continente e confirma uma verdadeira fractura entre os dois organismos no que toca à visão para o futuro da modalidade.

Em causa, recorde-se, está a vontade da FIFA de reformular o Mundial de Clubes e a Taça das Confederações, contando para o efeito com uma injecção de capital externo e conferindo a terceiros a gestão do torneios.

"Não posso aceitar que algumas pessoas que se deixam cegar pelo lucro considerem a hipótese de vender a alma das competições de futebol a fundos privados nebulosos", prosseguiu Ceferin, dirigindo-se aos ministros do Desporto no Conselho Europeu. "Enquanto eu for presidente da UEFA, não haverá margem para empreitadas egoístas e para alguém se esconder atrás de falsas intenções".

De resto, o dirigente destacou a necessidade de lidar com o problema da concentração excessiva de riqueza numa mão-cheia de clubes, porque "ameaça o equilíbrio competitivo", e deixa uma garantia, em forma de slogan: "O futebol não está à venda".