Hecatombe adia “hexa” de Ogier em dia de desistências

Tänak, Latvala, Ogier, Paddon e Mikkelsen fora de combate em dia demolidor, a sugerir ataque de Neuville à liderança do Mundial.

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Kris Meeke, que terminaria o dia sem um pneu, durante a especial de Caminha JOSÉ COELHO/LUSA

Thierry Neuville (Hyundai) assumiu o comando do Rali de Portugal, coroado com o tempo mais rápido na primeira passagem pela Porto Street Stage, a fechar um dia repleto de peripécias, com cinco líderes em cinco especiais e cinco pilotos fora de combate. A saída de cena de Sébastien Ogier deixa, ainda, via livre para o belga Neuville (vice-campeão do mundo em 2013, 2016 e 2017 e segundo na classificação do Mundial de pilotos) arrecadar a vitória na sexta prova do Campeonato WRC e assumir a frente da discussão do Mundial.

O dia começou com os Toyota de Ott Tänak e de Jari-Matti Latvala a cederem. O estónio, líder à partida depois da vitória em Lousada, bateu numa pedra e danificou o radiador, comprometendo a participação no rali. Latvala seguiu o mesmo rumo, com problemas na suspensão dianteira. Mas o verdadeiro choque estava reservado para a tarde, quando o líder do Mundial, o pentacampeão Sébastien Ogier (Ford Fiesta), se despistou e imobilizou a meio da PEC5 (Viana do Castelo 2), vendo-se forçado a interromper a corrida na segunda secção quando era quarto da geral, então liderada pelo espanhol Dani Sordo (Hyundai i20).

Sem possibilidade de voltar à estrada, Ogier ficou arredado da vitória e da possibilidade de bater o recorde de cinco triunfos em Portugal, que partilha com o finlandês Markku Alen após vitórias em 2010, 2011, 2013, 2014 e 2017. O francês poderá, contudo, retomar a corrida em Rali 2, minimizando de alguma forma os prejuízos face à possibilidade de somar até cinco pontos na “Power Stage” de amanhã. Mas antes, já depois de Kris Meeke (Citroën C3) ter destronado Dani Sordo, um furo comprometeria a prova do norte-irlandês, com o neozelandês Hayden Paddon a assumir o comando.

Paddon regressava ao WRC depois do quinto lugar na Suécia. Sem ritmo, o piloto da Hyundai também não foi feliz, sofrendo um acidente na sétima classificativa, em Ponte de Lima, que o levou ao hospital de Santa Luzia (Viana do Castelo), transportado de helicóptero, enquanto a prova era neutralizada.

Ainda na classificativa de Ponte de Lima, o Hyundai do norueguês Andreas Mikkelsen teve a mesma sorte, levando-o ao abandono com problemas na direcção assistida.

Independentemente desta verdadeira sangria, a Porto Street Stage manteve intacta a espectacularidade esperada, com um pequeno bónus: Meeke furou novamente a caminho do Porto e teve de cumprir a etapa em três rodas. Com a jante traseira esquerda triturada, a soltar faíscas, o norte-irlandês resistiu à tortura de quase dois quilómetros, perdendo mais de meio minuto para Neuville, que terminou à frente do britânico Elfyn Evans (Ford Fiesta), numa classificação provisória face à neutralização de um troço.

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