Mais 70 mil baixas médicas nos primeiros três meses do ano

Número cresceu 18% face ao mesmo período do ano passado. Governo diz que este aumento está em linha com a evolução no emprego.

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Rui Gaudêncio

Entre Janeiro e Março, os portugueses pediram cinco mil baixas médicas por dia. Em média, são mais cerca de 800 face ao mesmo período do ano passado. Há quase 20 anos que não se assistia a um número tão grande de trabalhadores que estão fora dos seus locais de trabalho por motivo de doença.

Este crescimento no número de baixas médicas é recorde, segundo a rádio TSF, que apresenta estes dados nesta segunda-feira. Nos primeiros três meses do ano, foram pedidos 450 mil subsídios de doença, mais 70 mil que no período homólogo de 2017. Isto representa um aumento de 18%.

Segundo os dados, que são da própria Segurança Social e confirmados pelo Governo, só em 2001 é que o total de baixas por doença no primeiro trimestre do ano se aproximou daquele que é registado neste ano. Na altura, foram 435 mil os trabalhadores que estiveram afastados do seu posto por motivos de saúde.

A população activa era então em número superior à registada agora. Estavam empregados 5,1 milhões de portugueses, contra os 4,8 milhões que actualmente regista o Instituto Nacional de Estatística.

À TSF, fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sublinha, porém, que o aumento do número de baixas “acompanha o crescimento do emprego”. A mesma fonte governamental sublinha que a relação entre as despesas e as receitas nas contribuições para a Segurança Social manteve-se estável nos primeiros três meses do ano.

Há outras hipóteses de explicação avançadas para o aumento do número de baixas por doente que são avançadas. O presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Família, Rui Nogueira, lembra que, no início deste ano, houve um surto de bronquite, que pode explicar este resultado.

Por outro lado, o aumento da população activa com mais de 50 ou 60 anos também pode influenciar o número de trabalhadores afastados do emprego por questões de saúde. Essa é também uma explicação da CGTP, que associa o aumento das baixas médicas com o aumento da idade da reforma.

Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal aponta como a primeira causa para os números agora conhecidos um aumento das baixas fraudulentas.

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