Naturais de Campo Maior vão decorar ruas de Hiroxima com flores de papel

Cerca de 30 mil flores vão ser o testemunho de uma arte secular que é considerada “património cultural único no mundo”.

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MARA CARVALHO

Cerca de 30 mil flores de papel, a grande maioria delas produzidas no Japão por uma equipa de técnicos do município de Campo Maior, vão decorar entre 25 e 28 de Maio dois troços de ruas de Hiroxima e a entrada principal do Mazda Zoom Zoom Stadium, um dos maiores clubes de basebol japoneses nas comemorações do seu 10.º aniversário.

Durante o mês de Abril, para além da equipa de técnicos de Campo Maior, já foram enviadas para a cidade japonesa “alguns milhares de flores que, pela sua complexidade”, foram produzidas na vila alentejana, bem como todo o material necessário para terminar os elementos necessários à decoração projectada, refere a autarquia através de comunicado.

A câmara destaca a valorização que uma “arte centenária” pode vir a receber numa das maiores cidades do Japão, com 1,2 milhões de habitantes, para além da “promoção e divulgação turística do concelho de Campo Maior e das Festas do Povo”.

A exposição de flores de Campo Maior estará acessível aos residentes em Hiroxima durante os três dias que dura o evento e que, “segundo as estimativas disponíveis, terá uma circulação superior a 100 mil pessoas. Terá ainda uma ampla exposição mediática naquele país asiático”.

Para o presidente da câmara,  Ricardo Pinheiro, a iniciativa que irá ocorrer na cidade japonesa é “uma oportunidade única de divulgar Campo Maior e as Festas do Povo junto de um país que é também conhecido por trazer milhares de turistas para a Europa”.

Por isso mesmo, segundo o autarca, “o município de Campo Maior abraçou desde logo esta iniciativa, desenvolvendo todos os esforços necessários para fazer florir, com as flores de Campo Maior, a cidade de Hiroxima, numa iniciativa que mereceu inclusive o apoio do embaixador de Portugal no Japão”.

A realização das Festas do Povo que se destaca, sobretudo, pela decoração das ruas de Campo Maior, sobretudo o centro histórico, com flores de papel e outros objectos em cartão e papel, é uma celebração que, por tradição, só acontece “quando o povo quer”. O evento depende do voluntariado e a sua preparação é feita rua a rua. O trabalho desenvolvido em cada uma das ruas da vila alentejana fica em segredo, mesmo para amigos e familiares dos moradores, e só é dado a conhecer na noite da “enramação”.

O actual modelo de festas realizou-se 20 vezes. Em apenas 15 anos, entre 1989 e 2004, o número de visitantes das Festas do Povo duplicou e sua projecção nacional e internacional “deve-se à diversidade da decoração das ruas”, salienta o comunicado do município. A arte das flores de papel e as Festas do Povo de Campo Maior “são um património cultural único no mundo”, acrescenta.

Em 2015, perto de 7500 voluntários prepararam a última edição das Festas do Povo, na qual participaram 99 ruas, numa extensão de cerca de 10 quilómetros, que se deram a conhecer ao mundo durante a famosa “noite da enramação”, na qual os campo-maiorenses se mobilizam para decorar cada uma das suas ruas de forma a dar início às festas.

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