Sporting e FC Porto começam nova época a pedir 95 milhões

As Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) de “leões” e “dragões” tentam financiar-se junto de investidores particulares, numa altura em que os bancos estão cada vez mais avessos a apostas de risco como o futebol.

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Bruno de Carvalho espera receber de investidores 60 milhões de euros LUSA/NUNO FOX

É muito dinheiro, mais concretamente 95 milhões de euros, o que FC Porto e Sporting esperam conseguir embolsar com as operações financeiras anunciadas nesta sexta-feira.

Os “dragões” pretendem convencer os investidores a adquirirem obrigações da SAD “azul-e-branca” com uma maturidade de três anos (2018-21). O preço de subscrição de cada obrigação é de cinco euros, com um montante mínimo de subscrição de 100 euros, ou seja 20 obrigações. O empréstimo obrigacionista atingirá os 35 milhões de euros (valor que pode ainda ser aumentado até 24 de Maio) prometendo uma remuneração bruta de 4,75%, superior àquela oferecida há um ano, quando a SAD “azul-e-branca” fez uma emissão com características semelhantes (sete milhões de obrigações por 35 milhões de euros), tendo fixado, nessa ocasião, a taxa de juro nos 4,25%.

A operação destina-se ao “financiamento da actividade corrente da FC Porto SAD, bem como a consolidar o respectivo passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de operações que se vencerão num futuro próximo”, salientam os “azuis-e-brancos”.

Já os “leões” esperam encaixar 60 milhões de euros com o lançamento de duas novas emissões obrigacionistas, a primeira das quais num valor de 15 milhões, com um prazo de reembolso previsto nunca superior a quatro anos e com uma remuneração prometida de 6%.

Numa altura em que propôs aos investidores o prolongamento para Novembro (seis meses mais tarde do que o previsto) da maturidade da emissão de dívida actual, a Sporting SAD (onde o clube detém, directa e indirectamente 64% do capital) aprovou ontem, em Assembleia Geral, a emissão de um novo empréstimo obrigacionista, que pode chegar aos 60 milhões de euros, dividido em dois momentos. O primeiro, num valor de 15 milhões, vai oferecer uma taxa de juro de 6% e terá uma maturação não superior a quatro anos. Depois, até ao final do ano, a SAD “leonina” fica autorizada a colocar no mercado mais 45 milhões de euros em obrigações, o que perfaz um montante superior aos 30 milhões necessários para reembolsar os investidores em Novembro.

Dado que os títulos emitidos há três anos pelos “leões”, e cujo o reembolso pretendem agora adiar para Novembro, pagam um juro anual de 6,25%, a SAD sportinguista vai agora financiar-se a uma taxa de juro ligeiramente mais reduzida.

Há cerca de um ano, também a SAD do Benfica lançou um empréstimo obrigacionista. O sétimo, no caso dos “encarnados”. O montante em causa era inicialmente de 50 milhões mas acabou por fixar-se nos 60 milhões de euros, com uma remuneração para os subscritores de 4% brutos durante três anos.

Na altura, a justificação para o recurso a este tipo de financiamento veio da boca do próprio administrador da SAD benfiquista, Domingos Soares de Oliveira: “É uma fonte de financiamento interessante para o Benfica, quer para os detentores de obrigações. É uma oportunidade para fazermos uma redução da nossa exposição à banca portuguesa e diminuir a nossa dívida.” Uma análise que os administradores das restantes SAD partilham, face ao recurso sistemático a esta solução nos últimos anos.

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