Veterinário, o novo “médico de família”

Porque, acreditem, os veterinários celebram cada vida salva com a alegria imensa de uma vitória, mas também lhes é arrancado um pedaço por cada paciente que perdem

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Sábado, 28 de Abril, celebrou-se o Dia Mundial do Veterinário. O nosso dia. O dia daqueles que gostam tanto de animais que decidiram estudar muito para poder tratar deles, aprender todas as maneiras possíveis de lhes salvar a vida, saber como tornar o seu dia-a-dia melhor, de como os manter connosco o máximo de tempo possível. Quem decide estudar veterinária, fá-lo por paixão, por amor aos animais, por sonhar em ser feliz fazendo-os felizes. E mais saudáveis. E, se pudéssemos, até imortais.

A profissão tem evoluído de forma muito rápida nas últimas décadas. Há agora muitos e diversos mercados de trabalho: para além dos clínicos de pequenos animais, há os clínicos de espécies exóticas de estimação, os clínicos de animais selvagens e de zoo, os clínicos de equinos, de outros grandes animais, de animais de produção, os responsáveis pelo bem-estar animal nos sistemas de produção, os responsáveis pela higiene e qualidade alimentar, pela inspecção sanitária.

E depois, dentro destas grandes categorias, assiste-se continuamente a uma tendência de especialização cada vez maior. E isso surgiu também como resposta à demanda do mercado: os animais de estimação são agora muito diferentes e são cada vez mais parte integrante da família. Os seus tutores são também mais exigentes e interessados, há outro tipo de expectativas, de cuidados e preocupações. E ainda bem. Isso obriga-nos a querer fazer mais e melhor todos os dias. Os clientes pedem cada vez mais respostas, nós trabalhamos nos vários campos para lhes darmos soluções.

A esperança média de vida nos nossos animais de estimação tem vindo a aumentar exponencialmente: há cerca de 30 anos era de apenas seis anos nos gatos e de cerca de nove nos cães, enquanto hoje em dia estes números rondam já os 16 anos nos gatos e 14 nos cães. E tende a aumentar. Ainda bem, é sinal de que estamos todos a fazer um bom trabalho.

Isto deve-se em grande medida aos avanços no conhecimento e ciência: cada vez se consegue diagnosticar mais cedo e tratar até mais tarde as diferentes doenças. Cada vez se consegue apostar mais na prevenção, que se sabe ser mais eficaz, mais fácil e exequível e francamente menos dispendiosa do que os tratamentos. Cada vez se reconhece mais o papel vital da nutrição na saúde animal: há hoje em dia soluções cada vez mais adaptadas e que permitem que os animais se desenvolvam no seu máximo potencial, melhorando a sua qualidade de vida ao longo das várias etapas e que permitem até retardar o aparecimento de algumas doenças. 

Porque, acreditem, os veterinários celebram cada vida salva com a alegria imensa de uma vitória, mas também lhes é arrancado um pedaço por cada paciente que perdem. Tem a ver com a tal paixão. E a dedicação. E a empatia. É das profissões com maior taxa de burnout e, por vezes, ninguém se lembra que para nós também é duro não os conseguirmos salvar a todos. Mas seguimos acreditando que há sempre que tentar e nunca desistir. Porque eles, os nossos animais, são uns valentes e merecem tudo.

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