FC Porto abre fogo intenso para recuperar comando absoluto

“Dragões” afastam “fantasma” do passado com recurso a goleada anunciada por Marega, frente a um Vitória que ruiu em três tempos.

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LUSA/JOSE COELHO

O V. Setúbal não resistiu nesta segunda-feira ao intenso fogo cruzado do FC Porto (5-1), que de um sopro reclamou a liderança do campeonato, à 31.ª jornada, aproveitando ainda para nivelar a luta com o Benfica na discussão do ataque mais produtivo, agora igualmente recuperado pelos “dragões”, com 78 golos.

Sérgio Conceição, que prescindiu do poder de assalto de Aboubakar — ultimamente distante da eficácia da primeira volta —, apostou na dupla Marega-Soares, trocando ainda Óliver por Sérgio Oliveira e o castigado Otávio por Corona, plano gizado para obter a terceira vitória consecutiva depois do trambolhão em Belém.

Alterações que antecipavam o jogo hermético de um adversário com antecedentes pouco recomendáveis para os objectivos portistas, especialmente depois do empate de há um ano, a contribuir decisivamente para a derrapagem final na corrida pelo título.

O espectro de uma réplica pairava, por isso, num estádio que cedo explodiria de emoção, para se libertar de todos os receios. Marega quebrava o gelo aos 6’, em lance de Alex Telles que Soares atacou nos ares, forçando uma primeira defesa incompleta de Cristiano.

O FC Porto conseguia o mais difícil, mas não esquecia a lição de há um ano. Cenário que Marcano afastou com um remate acrobático, aos 12’, a dissipar as últimas nuvens, redimindo-se das falhas em Alvalade. O V. Setúbal, privado de André Pereira, contava com João Amaral, destacado para o apoio a Edinho. Mas a acção decorria em zonas bem mais recuadas. José Couceiro também não contava com Podstawski e isso notou-se quando Brahimi dilacerou o bloco sadino para elevar a contagem à saída do primeiro quarto de hora.

Com a sorte do jogo traçada, e num momento de rara inspiração, João Amaral ainda arranhou a superfície coriácea do “dragão”. O V. Setúbal marcava no primeiro remate e abria um capítulo menos denso, com algumas iniciativas de ataque que obrigaram Sérgio Conceição a respirar fundo antes de reprogramar a máquina que, entretanto, ameaçava perder uma das unidades fundamentais para o ataque às últimas jornadas. Marega ia à linha dar conta de novas queixas musculares, antecipando a reflexão do treinador para atacar a segunda parte. Antes, porém, Jesús Corona igualava os 77 golos do ataque do Benfica, com um remate de meia distância que ressaltou num defesa e traiu Cristiano. O timing do mexicano não podia ter sido mais perfeito para o 36.º aniversário de Pinto da Costa à frente dos destinos do clube.

A menos que algo de verdadeiramente transcendental sucedesse na segunda parte, o vencedor do encontro do Dragão estava encontrado, deixando ainda espaço a Couceiro para gerir o plantel já com a próxima jornada — em que recebe o Feirense, adversário directo na luta pela permanência — em mente.

No recomeço, o FC Porto baixava o ritmo e a eficácia, com Soares e Brahimi a não serem capazes de dar a estocada final num adversário que já só procurava conter os danos.

Menos solidário com a luta dos setubalenses, numa altura em que o FC Porto já abdicara de Marega para investir na circulação de bola, com o critério que Óliver Torres poderia emprestar, foi Alex Telles a puxar dos galões e a obter, de livre directo, um golo que encerrava em definitivo qualquer tipo de discussão.

Um livre que permitia ainda superar o ataque do rival directo, passando o FC Porto a liderar em toda a linha, já que também detém a melhor defesa do campeonato quando ficam a faltar três finais.

Com a vitória na mão, Sérgio Conceição sentiu que não valia a pena arriscar mais, pelo que trocou as pedras no ataque (Soares cedeu o lugar ao ex-sadino Gonçalo Paciência) e retirou o amarelado Ricardo Pereira da equação, precavendo-se de surpresas desagradáveis.

 

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