Nova maternidade de Coimbra vai para os Hospitais da Universidade. Resta saber como

Responsáveis não dizem se vai ser construído um novo edifício ou se vão ser adaptadas instalações. Investimento deve rondar os 16 milhões de euros.

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O ministro da Saúde participou hoje numa cimeira sobre saúde em Coimbra Nuno André Ferreira/Lusa

A nova maternidade de Coimbra vai nascer no perímetro dos Hospitais da Universidade de Coimbra, mas subsistem dúvidas sobre os contornos da resolução de um problema que se arrasta há anos. O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, anunciou nesta sexta-feira a localização da estrutura que vai resultar da fusão das maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, bem como o custo estimado do investimento, que deve superar os 16 milhões de euros. 

Regateiro justifica a escolha do pólo central do CHUC com “razões de segurança das grávidas”. Estando perto do pólo central, a maternidade ficará mais próxima de serviços como cirurgia muscular, urologia, cardiotoráxica ou cuidados intensivos, enumera. Como “não se pode duplicar as equipas e não se pode duplicar os equipamentos”, a opção passa por centralizar. 

No entanto, o responsável não conseguiu explicar se, para o efeito, vai ser construído um edifício de raiz ou se a nova maternidade vai ser instalada em estruturas já existentes. Questionado pelos jornalistas, o presidente do conselho de administração disse que essa definição é “um trabalho que está em curso” e que novas informações seriam dadas “em breve”. 

O que existe neste momento é um “modelo de caderno de encargos concluído” para depois lançar o projecto de execução até final de 2018. Depois disso deverão decorrer entre seis a oito meses “para que os concorrentes façam propostas e se faça a selecção e vai para o terreno em 2019”, refere Regateiro.

A presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Rosa Reis Marques, acrescenta que a localização concreta será a que “for considerada tecnicamente mais adequada” e que só “a partir desse momento” é que se desenvolverá o projecto de construção. E prossegue: “Neste momento temos uma estimativa que pode mudar.”

Sobre o futuro dos trabalhadores das duas actuais maternidades da cidade, o presidente do conselho de administração também não é mais explícito. “Vamos ter fusão de respostas, de recursos humanos e fusão de recursos materiais”, afirma apenas.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assistiu à conferência de imprensa que servia para fazer um ponto de situação sobre os investimentos do Sistema Nacional de Saúde no concelho de Coimbra (ronda os 100 milhões para os próximos três anos) e afirmou no final aos jornalistas que a opção foi tomada por “concertação estratégica, mas também por segurança clínica”. 

Há ainda a posição da autarquia, que há um ano apontava para o Hospital dos Covões como possibilidade de localização. O presidente da Câmara  de Coimbra, Manuel Machado, referia que, caso a opção recaísse no pólo principal, teria que se resolver o “problema de congestionamento e estacionamento”. Esse problema mantém-se, embora o CHUC tenha já anunciado a construção de um silo de estacionamento que ainda não saiu do papel.

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