Sporting sobreviveu a um “tiroteio” em campo aberto

Derby no Estádio do Restelo foi disputado com grande intensidade e teve incidências q.b. Houve três grandes penalidades assinaladas e uma expulsão.

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LUSA/ANTONIO COTRIM

Tacticamente interessante, muito intenso, com um festival de golos e particular incerteza no marcador. Foi assim o Belenenses-Sporting da 30.ª jornada da Liga, uma espécie de “tiroteio” em campo aberto do qual os “leões” saíram com alguns ferimentos, mas merecidamente de pé. O triunfo alcançado no Restelo (3-4) permite à equipa orientada por Jorge Jesus encurtar para três pontos a distância para o segundo lugar. E, a partir de agora, pensar com confiança redobrada na Taça de Portugal.

Foi um início de jogo frenético, aquele a que se assistiu em Lisboa. Aos 4’, um livre batido para a área do Sporting terminou com uma enorme defesa de Rui Patrício a remate de Licá e com um choque entre o guarda-redes e Yazalde, que tentou a recarga. Após consulta do videoárbitro (VAR), Bruno Paixão assinalou grande penalidade — Patrício atingiu o rosto do avançado, quando tentava socar a bola — e Yebda inaugurou o marcador.

Era muito cedo ainda, mas para muitas outras equipas a vantagem sobre um candidato ao título seria motivo para adoptar um posicionamento mais especulativo. Só que isso seria trair o ADN do Belenenses versão Silas, que não demorou a pagar cara a intenção de pressionar com muitas unidades em zonas adiantadas do terreno.

Aos 12’, Bryan Ruiz ganhou um ressalto, Bruno Fernandes desenhou uma linha de passe a régua e esquadro e Bas Dost finalizou, na cara de André Moreira. Os anfitriões, destemidos, não hesitaram em voltar à carga e o resultado foi o mesmo — transição ofensiva dos “leões”, assistência cirúrgica de Bruno Fernandes (mais uma) e remate a condizer de Gelson.

Com pouco mais de um quarto de hora decorrido, o filme da partida já tinha vários capítulos. O sistema do Belenenses, com três defesas e três unidades mais móveis no ataque (maioritariamente um 3x4x3), e o posicionamento arrojado que a equipa assumia, permitiam transtornar o Sporting na saída de bola. Mas, uma vez ultrapassada a primeira linha de pressão, havia demasiado campo para a qualidade individual dos “leões” vir ao de cima.
Esta foi uma lógica que perdurou praticamente durante os 90 minutos. E depois de mais um par de sustos, um cruzamento de Ristovski encontrou o pé direito (sim, o direito) de Acuña na área. A bola só acabou dentro da baliza e o 1-3 ao intervalo levou o Sporting a baixar o ritmo no segundo tempo, já a acautelar, provavelmente, a condição física para as meias-finais da Taça de Portugal, na quarta-feira.

Silas, inconformado, refrescou o ataque com Nathan e, mais tarde, procurou mais largura com Pereirinha, numa altura em que os “leões” já alinhavam com Acuña como lateral e com o reforço Wendel, sempre pragmático, no meio-campo.

A abordagem do Belenenses, numa mistura de risco consciente e coragem desafiante, deu frutos aos 65’, numa das melhores jogadas da partida, que terminou com cruzamento de Florent e remate de Licá. Os “azuis” voltavam à discussão dos pontos e, cinco minutos mais tarde, repunham a igualdade. Carga de Acuña na área sobre Licá (forte a atacar a profundidade) e novo penálti. O 3-3 teve a marca de Fredy.

O Sporting estava novamente obrigado a carregar e fê-lo de bola parada. Na sequência de um canto, Yebda carrega Bas Dost, acaba expulso e provoca outra grande penalidade, desta vez com André Moreira como anti-herói. Bruno Fernandes não tremeu (4-3) e Rui Patrício também não se deixou surpreender por um cruzamento/remate de Florent, minutos mais tarde.

O vencedor estava, finalmente, encontrado. Mas o Belenenses voltou a mostrar algo de especial.

 

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