Ministérios poupam água e ensaiam plano de eficiência hídrica na administração pública

Equipamento permite comparar consumos entre cada ministério. Anúncio foi feito numa sessão comemorativa do Dia Mundial da Água.

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Ministro do Ambiente no Aqueduto das Águas Livres MÁRIO CRUZ/LUSA

Os ministérios vão ter um equipamento que fará a leitura "ao minuto" do consumo de água, um plano de eficiência hídrica que se irá estender a todos os edifícios públicos do país, disse nesta quinta-feira o ministro do ambiente.

João Pedro Matos Fernandes falava em Lisboa numa sessão comemorativa do Dia Mundial da Água, quando apresentou o projecto-piloto para a cidade de Lisboa no âmbito do "Plano Nacional de Eficiência Hídrica na Administração Pública".

Esses equipamentos, disse, vão permitir a redução do consumo de água, dando depois um exemplo: se durante a noite não houver uma substancial redução do consumo é porque há uma fuga.

O equipamento permite também comparar consumos entre cada ministério, e ao longo do ano vai "desenhar-se um programa" para todos os edifícios públicos e alargá-lo a todo o país.

O plano de eficiência hídrica compreende também sistemas de distribuição mais eficientes e procura de formas de aproveitamento da água da chuva sempre que tal for possível.

O Governo pretende ainda aproveitar uma maior percentagem das águas tratadas das ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), prevendo chegar ao aproveitamento de 20% dessas águas, que podem ser usadas para lavagem de ruas ou de veículos ou para rega de jardins. Hoje a ETAR de Alcântara, em Lisboa, só utiliza 1,5% dos efluentes que são tratados, disse o ministro.

Verbas para educação ambiental

No Dia Mundial da Água o ministro fez ainda referência a dois avisos hoje publicados em Diário da República relacionados com a promoção do uso eficiente da água e financiados pelo Fundo Ambiental.

Um deles, "Água para todos", tem um financiamento de meio milhão de euros e destina-se a projectos de educação ambiental na área da água, e o outro, "Repensar os rios e ribeiras", também de meio milhão, relaciona-se com a rede hidrológica e foi explicado pelo ministro assim: "Queremos que apareçam associações, autarquias, fundações, que queiram adoptar troços de rio e que olhem para eles de maneira cuidada."

Na cerimónia desta quinta-feira, na Academia das Águas Livres, foi também apresentado, pelo presidente da Águas de Portugal, João Nuno Mendes, um estudo que vai ser feito sobre o comportamento dos portugueses face à água e que vai resultar depois numa campanha, ainda no primeiro semestre do ano.

Os resultados do inquérito serão conhecidos em 22 de Abril e a campanha lançada a 5 de Junho.

João Nuno Mendes apresentou ainda o Portal da Água (em www.portaldaagua.pt, onde já se pode participar no estudo) e salientou a necessidade de aumento da capacidade de armazenamento de água e de redução das perdas.

A secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, também presente na cerimónia, apresentou um ciclo de encontros sobre o Orçamento Portugal Participativo dedicado exclusivamente a projectos ligados à água.

Lembrando que há uma verba de cinco milhões de euros no orçamento participativo nacional a responsável disse que o desafio é incentivar as pessoas a apresentarem propostas interessantes no sector da água e revelou que inclusivamente já há algumas ideias de projectos ligados à dessalinização.

João Pedro Matos Fernandes disse ainda que estão a ser investidos 4,5 milhões de euros em intervenções em rios e ribeiras que foram afectados pelos incêndios do ano passado.

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