Um cão morreu e outro foi parar ao Japão por engano em voos da United

Na segunda-feira, um buldogue francês morreu após ter sido colocado no compartimento das bagagens de mão. No dia seguinte, um pastor alemão foi enviado acidentalmente para o Japão. Uns dias depois, um voo teve de ser desviado para deixar um animal que estava a bordo por engano noutro aeroporto.

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A United Airlines é uma das companhias aéreas norte-americanas que tem registado mais incidentes com animais REUTERS

A companhia aérea norte-americana United Airlines, que no ano passado protagonizou vários casos mediáticos de incidentes com os seus passageiros, registou só esta semana três incidentes com animais de estimação. Na segunda-feira, um cão morreu num voo doméstico que partia de Houston, no Texas, com destino a Nova Iorque, por ter sido colocado por uma assistente de bordo no compartimento superior da cabine, reservado à bagagem de mão. No dia seguinte, um pastor alemão foi enviado acidentalmente para o Japão quando devia ter chegado ao estado do Missouri, num voo doméstico. Poucos dias depois, a companhia aérea teve de desviar um voo de Newark para o estado norte-americano de Ohio ao aperceber-se que levavam a bordo um animal (não especificaram qual) que não deveria estar ali.

Catalina Robledo, dona do cão que morreu no compartimento das malas de mão do avião que ligava Houston a Nova Iorque, viajava com os dois filhos e com o seu animal de estimação, que seguia numa bolsa transportadora pequena, de forma a caber caber no espaço debaixo do assento da frente. Antes da descolagem, uma assistente de bordo terá insistido para que o buldogue francês fosse colocado no compartimento superior da cabine. Após mais de três horas e meia de voo, o animal foi encontrado morto. 

De acordo com o porta-voz da companhia aérea, Charles Hobart, ouvido pela Associated Press, a assistente de bordo do voo avisou a família que o cão teria que seguir viagem no compartimento superior da cabine porque a transportadora estava a obstruir o corredor.

Nas redes sociais, várias pessoas relatam terem ouvido a família a explicar que era um cão e que não podia ser colocado no compartimento das malas de mão, mas a assistente não cedeu. De acordo com a AP, vários passageiros dizem ter ouvido os latidos do animal durante o voo, mas não perceberam que o cão tinha acabado por morrer.

Uma passageira, Maggie Gremminger, relatou o episódio no Twitter. Escreveu que Robledo queria que o cão continuasse no espaço debaixo do banco da frente, mas que a assistente insistiu que tinha que ir para o compartimento de cima. “No final do voo, a mulher encontrou o seu cão morto. Sentou-se no corredor do avião, a chorar, rodeada de outros passageiros atónitos”, descreveu Gremminger, citada pela AP.

O porta-voz da companhia aérea diz que a empresa está a investigar o sucedido e recusou identificar a assistente de bordo. Mas reconheceu que “os animais nunca devem ser colocados no compartimento superior da cabine”. “Assumimos total responsabilidade por esta tragédia e desejamos condolências à família”, disse, acrescentando que o valor dos bilhetes foi reembolsado, incluindo a taxa de 200 dólares para transporte de animais. A companhia aérea vai também assumir os custos da necropsia do animal.

Um passeio imprevisto até ao Japão

Na terça-feira, a United voltou a protagonizar um novo incidente. Desta vez foi um pastor alemão que foi enviado acidentalmente para o Japão, em vez de ter sido colocado num voo doméstico entre o Oregon e Kansas City, no estado norte-americano do Missouri.

Kara Swindle, dona do cão, deu pela falta do animal quando foi buscar o pastor alemão à zona das cargas do aeroporto de Kansas City e recebeu um grand danois. A companhia aérea terá confundido os dois cães e enviou o pastor alemão para o Japão, destino previsto do grand danois. Quando alertados para o erro, os representantes da companhia aérea garantiram que o pastor alemão iria ser enviado para Kansas assim que possível, mas não se sabe ainda quando vai chegar, escreve a Time.

Na quinta-feira, a United Airlines admitiu que não teve a conduta mais apropriada no tratamento que dá aos animais naquele que foi o terceiro incidente numa só semana: o voo 3996 partiu da cidade de Newark, em Nova Jérsia, com 33 passageiros a bordo (e um animal que não deveria ter embarcado); o voo tinha como destino St. Louis, no Missouri, cidades que distam mais de 1500 quilómetros, mas a tripulação teve de fazer um desvio até Akron, no Ohio. O animal acabou por ser “entregue em segurança ao seu dono”. Na sequência do desvio, a transportadora aérea referiu que deu uma compensação a todos os passageiros, não especificando em que valor, refere a CNN.

A United é uma das companhias aéreas norte-americanas que tem registado mais incidentes com animais. De acordo com os dados do Departamento de Transportes norte-americano, citados pela AP, morreram 24 animais durante voos no ano passado, 18 deles durante viagens na United. Mas não são só os episódios com animais que têm colocado a companhia aérea sob escrutínio: em Abril de 2017, por exemplo, a companhia aérea foi alvo de uma onda de contestação depois de um vídeo em que se mostrava um passageiro a ser agredido e arrastado por assistentes de bordo se ter tornado viral. O caso acabou em tribunal.

Notícia actualizada a 18 de Março, às 17h38: foi registado um novo incidente com um animal a bordo de um voo da United Airlines.

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