A Federação Inglesa de Futebol (FA) castigou Pep Guardiola com uma multa de 20 mil libras 22,5 mil euros) por este ter usado uma fita amarela na lapela como gesto de solidariedade para com os independentistas das Catalunha que estão presos em Espanha. A FA entendeu o uso da fita como “mensagem política” e, depois de vários avisos ao técnico do Manchester City, decidiu aplicar-lhe a multa, avisando-o para não repetir o gesto, mas dizendo que pode usar a fita em conferências de imprensa e entrevistas antes e depois do jogo.

“Guardiola foi multado e avisado quanto à sua conduta futura depois de aceitar a acusação da FA por mensagem política, especificamente uma fita amarela, em violação dos regulamentos da FA no que diz respeito a equipamentos e publicidade”, diz o comunicado da federação inglesa. Guardiola já tinha sido avisado várias vezes, mas a FA só avançou para a acusação depois do catalão ter repetido o gesto num jogo da Taça de Inglaterra frente ao Wigan (que o Manchester City perdeu). Guardiola disse que só iria deixar de usar a fita amarela se o próprio clube lhe pedisse, considerando que, mais que uma mensagem política, é um gesto de e pela liberdade, e que vai continuar a usá-la durante os jogos, mesmo sem estar à vista.

“O facto de eu poder, ou não, usá-la, não significa nada porque a fita vai estar lá sempre, mesmo que não a vejam, se eu a uso em conferência de imprensa ou em entrevistas após os jogos, isso não muda nada. Há pessoas que continuam presas injustamente”, dizia na semana passada o catalão Guardiola sobre os quatro catalães que foram detidos por altura do referendo da independência da Catalunha. “Não é sobre esquerda ou direita. Não é um assunto político. É uma mensagem para a humanidade”, acrescenta o antigo técnico do Barcelona, que vai continuar a ter a fita amarela à vista nos jogos do City na Liga dos Campeões, já que os regulamentos da UEFA o permitem.

Guardiola chegou mesmo a envolver-se numa polémica com Martin Glenn, director-executivo da FA, que comparou a fita amarela com outros símbolos. “Coisas que sejam altamente divisíveis e que sejam símbolos religiosos forte – pode ser a estrela de David, pode ser a foice e o martelo, pode ser a suástica, ou o rosto de Robert Mugabe numa t-shirt. São estas coisas que não queremos”, dizia Glenn, que, mais tarde, acabaria por pedir desculpa por esta comparação. Na resposta, o técnico reafirmou que a fita não é um símbolo político: “Não sabe o que significa. Não é um símbolo pró ou anti-independência. É sobre quatro pessoas que estão presas e que nada fizeram para estarem presas.”