Técnico que passaria informações ao Benfica fica em prisão preventiva

Braço direito de presidente do Benfica fica proibido de contactar arguidos do caso E-Toupeira. Paulo Gonçalves sai em liberdade mas indiciado por um crime de corrupção e quatro de violação do segredo de justiça.

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Paulo Gonçalves é o braço direito do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. JOSE COELHO/LUSA

O assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, foi ouvido esta quarta-feira por uma juíza de instrução que determinou que vai aguardar o desenrolar do processo proibido de contactar os outros quatro arguidos do caso. Já o técnico de informática que foi igualmente detido esta terça-feira ficou sujeito à medida de coacção mais pesada, a prisão preventiva, anunciou a SIC. 

Paulo Gonçalves sai em liberdade, mas indiciado por um crime de corrupção e quatro de violação do segredo de justiça. Já o técnico de informática está indiciado por corrupção, quatro crimes de violação do segredo de justiça, um de falsidade informática e nove de acesso ilegítimo. 

O braço direito do presidente do clube da Luz é suspeito de pagar com favores e prendas informações sobre processos judiciais em curso, nomeadamente vários que se encontram em segredo de justiça. Os dados seriam transmitidos por três funcionários judiciais, um dos quais se encontra em comissão de serviço no Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e que faz parte de uma equipa que presta apoio informático aos tribunais da comarca de Braga.

Além deste funcionário detido, esta terça-feira foram constituídos arguidos mais dois oficiais de justiça e um agente desportivo que serviria de intermediário entre os primeiros e o assessor do Benfica, levando informação e documentos para Lisboa e de lá trazendo convites e outras prendas.

Neste caso, que foi designado por E-Toupeira, estão em investigação crimes de corrupção activa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal. Uma nota da PJ, divulgada esta terça-feira, dava conta que a investigação teve início “há quase meio ano” e nela estão em causa “o acesso ilegítimo a informação relativa a processos que correm termos nos tribunais ou departamentos do Ministério Público, a troco de eventuais contrapartidas ilícitas a funcionários”.

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa adiantou noutra nota que no inquérito “indicia-se a prática de acessos por funcionários a diversos inquéritos em segredo de justiça para obtenção de informação sobre diligências em curso, informações que eram depois transmitidas a assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens”.

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