Queda de telhado em escola fere duas crianças

Estrutura voou com os ventos fortes que se fazem sentir na região. Ao longo de todo o país, o tempo provocou queda de árvores e levou ao corte de várias estradas.

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Diogo Baptista

A queda de um telhado nesta sexta-feira na escola Matilde Rosa Araújo, na rua de Matarraque, em São Domingos de Rana, Cascais, provocou ferimentos a duas crianças, que receberam assistência médica no local. O alerta foi dado às autoridades às 14h50 desta sexta-feira. A informação foi confirmada ao PÚBLICO pelo gabinete de comunicação do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, que não soube detalhar mais pormenores sobre o incidente. 

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera diz ter "indicação de alguma instabilidade" na região de Lisboa, mas ainda não tem dados que confirmem que se tenha tratado de um tornado, apesar de alguns relatos nesse sentido. "Temos rajadas de vento muito fortes, não era preciso ser efectivamente um tornado para provocar estragos no telhado", avaliou a meteorologista Madalena Rodrigues, em declarações ao PÚBLICO. O IPMA vai prosseguir a análise do fenómeno durante as próximas horas.

Estradas cortadas e árvores a cair

Por todo o país, as condições meteoreológicas provocaram alguns estragos e obrigaram ao corte de estradas. Em Oeiras, a Estrada Marginal entre Paço de Arcos e o Alto da Boa Viagem, foi encerrada no sentido Cascais — Lisboa, devido à agitação marítima.

A ponte pedonal sobre o rio Mondego localizada na praia fluvial de Palheiros e Zorro, em Torres do Mondego, no concelho de Coimbra, ficou danificada pela subida da água do rio, que a deixou sem condições de utilização e teve de ser encerrada depois de ter ficado partida na zona central.

Já em Benfica, Lisboa, os ventos fortes levaram à queda de uma árvore que já tinha sido sinalizada para abate pela Junta de Freguesia. A queda provocou danos em vários carros, mas não houve registo de feridos, detalhou a Lusa. De acordo com a agência de notícias, a Polícia Municipal esteve no local a cortar os galhos da árvore e rodeou com fitas de segurança sete carros.

Também no Alentejo, a queda de 13 árvores e de duas estruturas provocaram estragos. O tempo causou ainda quatro inundações em habitações e um abatimento de terras, acrescentou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro. 

Agricultores queixam-se de prejuízos e pedem tolerância

As condições meteorológicas provocaram prejuízos nos castanheiros, queixam-se os agricultores do vale da Campeã, Vila Real. Os agricultores notam que a exploração dos castanheiros é uma importante fonte de rendimento e temem ainda não ter tempo para voltar a limpar os terrenos.

Na terça-feira à tarde, o frio transformou a água da chuva em gelo o que provocou falhas na electricidade nas entre as serras do Marão e do Alvão. A energia foi restabelecida durante a noite de quinta-feira.

O presidente da Associação dos Agricultores do Concelho de Vila Real, Jorge Maio, disse à agência Lusa que os castanheiros foram das árvores mais afectadas e que, por isso, se teme uma repercussão na produção de castanha deste ano, embora ressalve que ainda é cedo para fazer estimativas. Segundo salientou, a produção de castanha movimenta cerca de um milhão de euros no vale de Campeã.

Jorge Maio chamou ainda a atenção para a questão da limpeza obrigatória dos terrenos, no âmbito da prevenção contra os incêndios, e referiu que muitos proprietários já tinham efectuado os trabalhos na envolvente de casas e armazéns. Por isso, deixou um apelo a "alguma tolerância" por parte das autoridades depois do dia 15 de Março.

Segundo o IPMA, a chuva vai manter-se em Portugal continental pelo menos até ao final da próxima semana e o vento vai continuar forte, mas com tendência para diminuir.

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