Mariya Lasitskene não teve concorrência à altura

Graças ao 38.º triunfo consecutivo na disciplina, a saltadora russa alcançou a medalha de ouro no arranque dos Mundiais de pista coberta. Portugal entra em acção na sexta-feira.

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Reuters/JOHN SIBLEY

A primeira jornada da 27.ª edição dos Campeonatos Mundiais de Atletismo em pista coberta, que nesta quinta-feira se iniciaram em Birmingham, Inglaterra, continha só finais, três, sem portugueses e todas com favoritos bem definidos. A organização apostou na tecla da falta de inspiração e colocou as duas finais do salto em altura, normalmente a disciplina que em pista coberta melhores resultados produz, a par logo no dia de abertura, despachando o assunto antes da entrada no fim-de-semana — a outra final foi a de 3000m para o lado feminino. Havia três favoritos para estas provas, dois muito claros, outro um pouco menos. E foi este último a falhar o triunfo.

O qatari Mutaz Essa Barshim era o melhor do ano no salto em altura, após ter conseguido 2,38m nos campeonatos asiáticos de Teerão, no início de Fevereiro, e tinha o russo Danil Lysenko (2,37m em finais de Janeiro) como o principal adversário. No ano passado, já tinham sido primeiro e segundo nos Mundiais ao ar livre de Londres, com o asiático na frente. Porém, desta vez ganhou Lysenko.

Ambos fizeram um concurso limpo até 2,33m, inclusive, mas a 2,36m as coisas ficaram mais difíceis. Barshim saltou primeiro, falhou, Lysenko imitou-o, mas mais perto do sucesso. O qatari não conseguiu passar depois nos últimos dois saltos de que dispôs, sempre algo longe do sucesso, e, ao terceiro ensaio, Lysenko conseguiu sobrevoar a fasquia de forma clara e assegurou o título que Barshim havia conseguido em 2014, em Sopot, para depois só acabar em quarto há dois anos, em Portland.

No sector feminino, a russa Mariya Lasitskene apresentou-se a um nível francamente superior ao das suas concorrentes: foi a única a superar 1,96m e, logo nesse salto, assegurou a medalha de ouro, com o 38.º triunfo consecutivo na sua disciplina. As outras duas medalhas formam conseguidas a 1,93m, a de prata para a norte-americana Vashti Cunningham, e a de bronze para a italiana Alessia Trost. Sozinha em pista, Lasitskene ainda transpôs 2,01m para dar mais cor ao seu triunfo, antes de tentar, em vão, uma melhor marca do ano, a 2,07m. Na lista de 2018, tem sete centímetros de vantagem sobre a segunda classificada, sendo que nesta quinta-feira ganhou com uma margem invulgar, de oito centímetros.
Dibaba renova título

A outra grande favorita, Genzebe Dibaba, impôs-se nos 3000m e chegou a um terceiro título sucessivo, já que também vencera há dois anos, em Portland, e há quatro, em Sopot. Depois de um primeiro quilómetro ultra-lento, em 3m14s, Dibaba atacou pouco depois de metade da prova, para se colocar na frente e despedaçar o pelotão, que seguia no seu conforto ilusório.

Mantendo a pressão, a extraordinária etíope começou a escapar, mas a réplica da holandesa Sifan Hassan e da britânica Laura Muir foi grande, tendo ambas recuperado um pouco no final. No entanto, a margem foi suficiente para Dibaba ganhar, graças a um quilómetro final em 2m37s, com 8m45,06s, tendo Hassan prevalecido em cima da meta sobre Muir para agarrar a segunda posição (8m45,68s contra 8m45,78s).

Com surpresa, a queniana Hellen Obiri, campeã mundial dos 5000m no ano passado e titular nesta distância nos Mundiais de 2012, disputados em Istambul, perdeu o contacto com o trio da frente antes do final e não foi além do quarto lugar (8m49,66s).

Nas duas jornadas de sexta-feira, de manhã e à tarde, já haverá atletas portuguesas. Lecabela Quaresma entra em acção no pentatlo, conjunto de cinco provas que fica concluído ao final do dia, com a corrida de 60 metros. Lorène Bazolo participará nas eliminatórias dos 60m, a prova mais curta dos campeonatos, e Cátia Azevedo tentará a sorte na eliminatória dos 400m. Se passarem esta ronda, ambas correrão as respectivas meias-finais à tarde.

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