“Leão” evita “tubarões” europeus mas não escapa a “tubarão” checo

O Viktoria Plzen, líder invicto da Liga da República Checa, é o adversários dos “leões” nos oitavos-de-final da Liga Europa. O antigo médio Pavel Horvath já foi campeão pelos dois clubes.

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Jogadores do Viktoria Plzen Reuters/STRINGER

Falar de futebol da Checoslováquia e de um dos seus sucessores, a República Checa, é falar de Panenka e do título europeu de 1976, das grandes equipas de Praga (Slavia, Sparta, Dukla) e da selecção que tinha Petr Cech e Pavel Nedved. Nos últimos anos, falar do futebol checo tem de passar obrigatoriamente pelo Viktoria Plzen, que será o adversário do Sporting nos oitavos-de-final da Liga Europa, depois do sorteio realizado nesta sexta-feira. É o clube mais representativo de uma cidade conhecida pela indústria automóvel (sede da Skoda) e pela cerveja (foi aqui que nasceu a Pilsner) e está a viver a sua época de ouro.

O Viktoria Plzen nunca foi grande nos tempos da Checoslováquia (apenas ganhou uma taça nos anos 1970), mas pode dizer-se que tem sido o maior da República Checa nos últimos anos. Foi campeão quatro vezes nos últimos sete anos, mais dois segundos lugares e um terceiro, e, na presente época, lidera confortavelmente a Liga Gambrinus, a caminho de mais um título, com 15 vitórias e dois empates em 17 jornadas, e 14 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, uma boa margem de manobra para fazer gestão de recursos humanos com o propósito de ir longe na Europa.

O Viktoria tem sido o clube checo com mais presenças no futebol europeu, com duas participações na fase de grupos da Liga dos Campeões (uma vitória sobre o CSKA Moscovo foi o seu resultado de maior destaque), e tem sido um cliente regular da Liga Europa, já com um encontro com uma equipa portuguesa — defrontou a Académica em 2012-13 durante a fase de grupos, com uma vitória por 4-2 em casa e um empate (1-1) em Coimbra.

Esta é a terceira vez que a equipa checa atinge os “oitavos” da Liga Europa. O seu percurso europeu começou na terceira pré-eliminatória da Champions, em que foi eliminada pelo Steaua de Bucareste (que viria depois a ser afastado pelo Sporting no play-off), caindo para a Liga Europa. Afastou uma equipa cipriota no play-off e, depois, foi primeira num grupo com o Steaua, o Hapoel Be’er Sheva (Israel) e o Lugano (Suíça), eliminando nos 16 avos-de-final os sérvios do Partizan de Belgrado com um agregado de 3-1.

O historial do Sporting contra equipas checas é inexistente, tendo apenas defrontado, nos tempos da Checoslováquia, o Banik Ostrava na primeira eliminatória da Taça das Taças em 1978-79 — duas derrotas por 1-0 ditaram a eliminação dos “leões”. Não sendo o adversário mais difícil que podia ter calhado aos “leões” (que se livraram, para já, de equipas como o AC Milan, o Borussia Dortmund ou o Arsenal), implica ainda assim uma deslocação longa (cerca de 2200 quilómetros, ainda assim, um terço do que teve de fazer até Astana), e contribui para mais um mês carregado. O jogo da primeira mão, em Alvalade, será a 8 de Março, cinco dias depois da visita ao Dragão para defrontar o FC Porto. Depois da recepção aos checos, nova deslocação ao norte de Portugal para defrontar o Chaves e, logo a seguir, será a segunda mão em Plzen, a 15 de Março.

Este Viktoria Plzen é uma equipa que tem no banco aquele que será o nome mais familiar para os sportinguistas. Pavel Horvath é o adjunto do treinador Pavel Vrba (antigo seleccionador checo), ele que representou os “leões” entre 2000 e 2001 e chegou a ser campeão pelo Sporting, apesar de ter sido transferido para o Galatasaray no negócio que colocou Mário Jardel em Alvalade.

“O Sporting é um clube com uma tradição enorme, tem um estádio com capacidade para 50 mil pessoas. É um dos três clubes mais poderosos de Portugal. Falar do seu poderio é inútil. Repito, é o Sporting”, disse o antigo médio em declarações reproduzidas pelo site oficial do clube checo. Ao serviço dos “leões”, em uma época mais um início de outra, Horvath realizou um total de 29 jogos, com um golo marcado (em Alvalade, frente ao Alverca). No Viktoria, fez 205 jogos e marcou 46 golos, tendo sido considerado o melhor jogador da história do clube checo.

Se há alguém que pode ser considerado uma “estrela” desta equipa é o avançado Michal Krmencik, melhor marcador esta época, com 17 golos em 23 jogos, um rendimento que chegou a atrair o interesse do Newcastle durante o mercado de Inverno. É um dos muitos internacionais checos deste Viktoria Plzen, que tem outra conexão recente ao futebol português — Martin Chrien, médio eslovaco do Benfica, teve uma passagem pelo Plzen antes de se transferir para a Luz.

A primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa está marcada para o dia 8 de Março e a segunda mão joga-se a 15 de Março.

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