Terceira Geração de Políticas Autárquicas

Está chegada a hora de novo ciclo de nova centralidade, obviamente continuando a prosseguir as intervenções dos anteriores ciclos. Esta nova centralidade assentará na CULTURA num sentido muito amplo.

Revisitando as principais intervenções das Autarquias desde 1976, considero que vivemos dois
grandes ciclos de políticas autárquicas, sendo que com características e graus diversos, conforme as
muito diversas zonas territoriais.
O primeiro até meados-finais dos anos oitenta, centrou-se nas indispensáveis obras de saneamento
básico e de infra-estruturas fundamentais para o bem-estar das populações e comunidades locais por
todo o país. Sendo que, em menor escala, tem continuado até à atualidade.
O segundo, com maior pujança nos anos noventa e bem presente no nosso século XXI, foi centrado na
promoção do desenvolvimento económico e social das comunidades locais, zonas territoriais e
regiões. Intervenção ainda essencial nos tempos actuais e vindouros, mas trilhando outros caminhos
e prioridades, perante a constante mutação dos desafios que nos são colocados.
Considero que está chegada a hora de novo ciclo de nova centralidade, obviamente continuando a
prosseguir as intervenções dos anteriores ciclos.
Esta nova centralidade assentará na CULTURA num sentido muito amplo. Apostar na Cultura, com
educação, desporto, cidadania, ações culturais, qualidade ambiental, inovação organizacional,
ciência-investigação, artes e criatividade e com intercâmbios diversificados, na mira do
fortalecimento do conhecimento e universalismo das pessoas, populações e comunidades locais.
Centralidade lenta nos resultados, exigirá perseverança, dando tempo ao tempo.
Perante a total transversalidade desta centralidade, deverá relacionar-se e desafiar as intervenções
nos domínios da promoção do desenvolvimento económico e social, com aposta clara na qualidade,
criatividade e inovação social.
Dizendo que esta centralidade deve ser um norte e mote, em todos os planos e concretas e
gradualistas intervenções dos Municípios e Juntas, considero que serão os Autarcas, com suas largas
experiências e competências, que melhor interpretarão e desenvolverão as iniciativas, medidas e
projetos que este mote interpela e desafia, ao o assumirem.
Neste quadro, de mãos dadas com o desenvolvimento económico e social, há que apostar na
atratividade de novos protagonistas, também com aposta nas potencialidades das diáspora, sabendo
do importante papel que as intervenções e ações turísticas terão neste novo ciclo.
Agora, que autarcas e lideranças da sociedade civil organizada, assumindo esta nova centralidade,
deem corpo e alma a este mote, renovando e inventando novas medidas e intervenções, sabendo que
a roda já há muito foi inventada, apenas necessitando de rodas renovadas e carris de novos tipos e
direções.
Direi, mãos-à-obra!!

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