Federer reforça fama de ser o melhor de sempre

O tenista suíço bateu mais três recordes após qualificar-se para as meias-finais do torneio de Roterdão.

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Roger Federer LUSA/KOEN SUYK

Mais de 14 anos depois de ter chegado pela primeira vez ao primeiro lugar do ranking ATP, Roger Federer assegurou o regresso ao topo do ténis mundial. A qualificação para as meias-finais do torneio de Roterdão – no qual o suíço se inscreveu com o único intuito de alcançar este objectivo – garantiu os pontos necessários para destronar Rafael Nadal e quebrar mais três de uma já longa lista de recordes: aos 36 anos, é o mais velho número um do ranking criado em 1973 e é o primeiro jogador a reocupar a primeira posição após um período superior a cinco anos e 14 anos e duas semanas depois da estreia.

“Esta é, provavelmente, a ocasião de regressar a número um que mais significado tem para mim”, confessou Federer, de lágrimas nos olhos. Foi no dia 2 de Fevereiro de 2004 que o suíço alcançou o topo do ranking pela primeira vez. Voltou a esse lugar em 2009, 2012 e na próxima segunda-feira - cinco anos e quatro meses após ter deixado a liderança.

Na mesma Ahoy Arena onde, 19 anos antes, disputou pela primeira vez uns quartos-de-final no circuito ATP, Federer voltou a essa fase do torneio para vencer o holandês Robin Haase (42.º), por 4-6, 6-1 e 6-1. O suíço não entrou bem, não aproveitou os três break-points de que dispôs e, a 4-4, os 42% de primeiros serviços contribuíram para o break de Haase, que fechou a partida logo depois – a primeira vez este ano que Federer perdeu o set inicial. Mas Federer recompôs-se depressa, a percentagem de primeiros serviços subiu para os 70%, a confiança cresceu enormemente e Haase já não conseguiu acompanhar. “Vou estar para sempre grato a Roterdão; foi aqui que recebi o meu primeiro wild-card, em 1999”, recordou Federer na cerimónia que se seguiu – apresentada pelo holandês Richard Krajicek, campeão de Wimbledon de 1996 – e onde não escondeu a emoção.

“Chegar a número um é um dos, senão mesmo o, derradeiro feito no ténis. No início, chegamos lá apenas porque estamos a jogar bem. Mais tarde, tentamos lutar e tirar o lugar a alguém que merece lá estar e, quando ficamos mais velhos, sentimos que temos de trabalhar o dobro, por isso, isto representa imenso na minha carreira. Chegar a número um aos 36 anos, quase 37, é sem dúvida um sonho tornado realidade”, frisou Federer. O suíço ultrapassou Andre Agassi, que era o mais velho a chegar a número um, em 2003, com 33 anos, e prolongou o seu próprio recorde de permanência no topo, indo ostentar o número um pela 303.ª semana.

Se terminar o ano nesse posto, Federer iguala o recorde de Pete Sampras que concluiu seis épocas na liderança do ranking. “Não vou fazer disso uma prioridade. Não penso nisso”, adiantou.

A sua congénere feminina, Caroline Wozniacki, tinha o primeiro posto do ranking WTA em perigo. Mas a campeã do Open da Austrália irá conservá-lo mais uma semana, depois de vencer Angelique Kerber, por 7-6 (7/4), 1-6 e 6-3, nos quartos-de-final do Qatar Open e beneficiar da desistência da número dois mundial, Simona Halep, lesionada.

 

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