Há menos abandono escolar precoce, mas 12,6% dos jovens ainda deixam a escola demasiado cedo

No início da década passada, Portugal tinha uma taxa de abandono próxima dos 40%, lembrou Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que "o objectivo é chegar a 2020 com apenas 10%". Valor de 2017 é o mais baixo desde que há registo.

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MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

A taxa de abandono escolar precoce diminuiu e está agora nos 12,6%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados nesta quarta-feira pelo ministro da Educação no Parlamento. Este valor é o mais baixo desde que há registo (1992), quando o abandono escolar precoce se situava nos 50%.

O INE actualizou nesta quarta-feira os dados relativos aos jovens entre os 18 e os 24 anos que, em 2017, não tinham concluído o ensino secundário obrigatório e não estavam em qualquer acção de formação (é esta, no essencial, a definição de abandono precoce). Houve uma diminuição de 1,6 pontos percentuais em relação a 2016, quando a taxa se situava nos 14%.

À semelhança dos anos anteriores, as mulheres apresentam, em 2017, uma taxa mais baixa de abandono (9,7%) do que os homens (15,3%).

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Em termos geográficos, é nos Açores que se registam níveis mais elevados de abandono (27,8%), quase três vezes mais do que no Centro, a região onde há menos jovens nesta situação (o INE ainda não disponibilizou os dados relativos à Madeira). Em Portugal Continental, é no Algarve que mais jovens não concluíram o ensino obrigatório e não estão em qualquer acção de formação.  

Os dados foram revelados pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, durante a audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que felicitou todos os que diariamente trabalham nas escolas. "O Governo queria aqui também congratular-se com a descida do abandono escolar precoce para 12,6% e queria felicitar quem tem grande mérito por esta descida: as escolas, os seus professores, os seus funcionários, as comunidades que contribuem para que haja cada vez mais alunos a concluir a escolaridade obrigatória", sublinhou Tiago Brandão Rodrigues.

No início da década passada, Portugal tinha uma taxa de abandono próxima dos 40%, lembrou Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que "o objectivo é chegar a 2020 com apenas 10%".

Durante a audição, o ministro lembrou algumas medidas genéricas que permitiram esta descida, como o aumento de escolaridade obrigatória, e defendeu que "agora são precisas medidas muito mais individualizadas".

Numa nota enviada à comunicação social, o Ministério da Educação salienta que apesar deste decréscimo, a erradicação do abandono escolar deve manter-se um “objectivo central” das políticas públicas.

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