Portugal está na moda

Será esta sucessão de conquistas uma conjugação de circunstância, ou será Portugal a afirmar o seu destino traçado nas linhas do Quinto Império?

Portugal está definitivamente na moda. Os últimos anos têm afirmado este país, que muitos sempre consideraram periférico da Europa, como um dos pontos centrais do mundo.

Depois do Europeu de Futebol e do Festival Eurovisão da Canção, duas conquistas tão inéditas quanto inesperadas, Portugal foi também galardoado com o prémio de Melhor Destino Turístico do Mundo nos World Travel Awards, tornando-se o primeiro país europeu a conquistar esta distinção.

Mas será esta sucessão de conquistas uma conjugação de circunstância, ou será Portugal a afirmar o seu destino traçado nas linhas do Quinto Império? Portugal conseguiu, em 20 anos, afirmar-se em quase todas as áreas, assumindo os patamares outrora reservados exclusivamente às grandes nações do mundo. É curioso constatar que a celebração da nossa herança conquistadora, com a Expo’98, nos lançou coincidentemente numa senda de novas conquistas do Novo Mundo que quase destroem a tradição de fado-destino e resignação que caracterizavam, até há bem poucos anos, a nossa alma portuguesa.

Depois de termos tido um português na liderança dos destinos da União Europeia, e tendo pelo meio um conjunto de reputados cidadãos nacionais a ocupar funções internacionais de destaque, como a Assembleia das Nações Unidas ou a presidência do Loyds Bank, Portugal viu em 2017 António Guterres chegar à presidência da Organização das Nações Unidas, e, surpreendentemente após um período de duro ajustamento económico, Mário Centeno ser eleito líder do Eurogrupo. A sua eleição dá-me um orgulho particular, porque Mário Centeno é um ilustre olivalense.

A lista de portugueses que se foram destacando ao longo dos últimos anos, das ciências às artes, do desporto à economia, do direito à política, da educação à inovação, é tão extensa que seria um exercício injusto para uma coluna de opinião tão condicionada. Mas não deixa de ser um orgulho renovado ver tantos concidadãos a mostrar ao mundo que Portugal, e os portugueses, são de facto um povo com características tão particulares que nos permitem acreditar que podemos, de verdade, ter a missão de levar ao mundo, senão a esperança, o sonho de um futuro melhor.

Este país que deu novos mundos ao mundo, transpondo os mares e os oceanos, assume hoje a centralidade da nova era, que navega agora em bits e bytes, em zeros e uns. Portugal, que viu o mundo do surf apontar pranchas e render-se às ondas gigantes da Nazaré, e viu também o mundo da tecnologia apaixonar-se de tal forma que transformou a capital do país na sua capital da inovação tecnológica, com a Web Summit, e vê agora a Google, o gigante da Internet, curiosamente 20 anos depois da sua fundação, anunciar que escolheu Portugal para abrir o seu novo centro de serviços. Se, como disse Fernando Pessoa, o poeta do Quinto Império, “nós somos do tamanho dos nossos sonhos”, que o significado do seu nome googol, que é o maior número conhecido e que serve para diferenciar o imenso do infinito, seja prenúncio de que podemos continuar a sonhar... sem limites.

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