Um “yurt” reinventado no interior da Mongólia

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É já característica do muito que se construiu desde o início das civilizações: os edifícios erguem-se do casamento entre arquitectura e simbolismo, e esta pode ser uma relação mais ou menos sublime. O Mulan Weichang Visitor Center — de Hai'ao Zhang — esconde-se no extenso manto verde que é o interior da Mongólia, na província de Hebei, e tudo se completa a partir de uma visão ambientalmente sustentável e do recurso a materiais e ideais locais. É no aproveitamento de materiais pré-fabricados e da arquitectura tradicional da Mongólia que se estabelece essa ligação. 

 

A madeira gasta e a pedra já antiga — talvez secular — ali situadas foram os principais materiais utilizados na construção do edifício principal deste centro contemplativo, que se desenha na junção de dois círculos. É a tradição da arquitectura local a ganhar destaque numa “reinterpretação” da cabana circular típica da Mongólia, o yurt, que se vê tanto por dentro como por fora. E, de dentro, para além das grandes estantes recheadas de livros, também há uma paisagem para contemplar. Através das largas janelas em vidro, observa-se a montanha, o rio, o campo que se perde no horizonte e as ovelhas a pastar, tudo a partir de diferentes divisões do edifício: o quarto, a sala de jantar ou a casa-de-banho.  

 

O intuito é, contudo, fazer com que aquele seja um espaço para se perder a noção do tempo com livros, uma vez que o lobby  principal será, no futuro, “a biblioteca local”, cita o Archdaily. Para além disso, existe ainda um pequeno “pavilhão” para os entusiastas da astronomia, a partir de onde poderão observar os céus estrelados através do telhado em vidro da “cabana” Stargazing.