Cartas ao director

Pacto de Justiça

É inegável que o acesso à justiça e a aplicação da mesma em Portugal precisam de algumas alterações e, por tais factos, o denominado Pacto de Justiça merece todo o apoio. No entanto não consigo compreender quais as razões pelas quais os denominados crimes de colarinho branco ficaram de fora do referido pacto. Não consigo entender o medo que os subscritores do Pacto de Justiça têm de aplicar a todos as regras que, à partida, teriam que ser respeitadas por todos. Por isso pergunto: Queremos ou não acabar com as burlas, corrupções e crimes similares? Queremos ou não que a lei em geral seja aplicada de igual modo, mas mesmo de igual, para todos? Queremos ou não acabar com esquemas judiciais que só beneficiam quem tem dinheiro e contactos?

Penso que a resposta só pode ser uma, ou seja, cada vez mais todos temos que ser considerados iguais perante a justiça. Quando se continua a falar repetidamente destes temas só me ocorre perguntar ao PS, que na altura era governo, porque não discutiu nem implementou o projecto apresentado por João Cravinho. Telhados de vidro? Talvez! Todavia hoje o tempo é outro e ninguém entende a diversidade de tratamento judicial existente entre um delinquente comum e um delinquente de colarinho branco e, por isso mesmo, a sociedade civil tem de se manifestar e exigir tratamento igual para todos ou será que já estamos a tudo acostumados e, por isso tudo é normal, incluindo a injustiça, para nós? É preciso reagir e simultaneamente exigir que todos os criminosos, independentemente da posição social ou financeira, sejam tratados de igual modo. Haverá coragem para tal?

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

 

O CR7 das Migrações

O poder cumulativo de António Vitorino só é comparável ao seu poder migratório. Para além de exercer a profissão numa sociedade de advogados, é professor convidado em duas universidades, conseguindo a proeza de desempenhar cumulativamente vários cargos em 12 empresas diferentes. No campo das migrações, partidariamente, iniciou-se na JS, migrou para a UEDS, desta para a MSU com passagem pela FSP e finalmente migrou para o PS. De tanto migrar, o actual Governo já entregou a sua candidatura para o cargo de director-geral da Organização Internacional para as Migrações da ONU, onde irá ser conhecido pelo CR7 das Migrações.

Por cumulativamente desempenhar o cargo de presidente da assembleia geral da Brisa e graças ao seu camarada CR7 das Finanças, conseguiu que o Fisco tivesse desistido de cobrar 125 milhões de euros em IRC àquela empresa e desta forma tal verba tenha migrado para o agravamento do nosso défice. Claro que para engrandecimento de tão rico currículo, faz parte da maçónica organização GOL, onde secretamente se conseguem verdadeiros milagres da multiplicação. Que saudades tenho de Jerónimo de Sousa na oposição e que na tribuna da AR terminava sempre as suas intervenções com provérbios e a este propósito estou a imaginá-lo e dizer qualquer coisa como ... "não sei quê pequenino ou é Vitorino ou é bailarino". Desculpem, esqueci-me do original.

Henrique Jorge Cardeal de Morais, Porto

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