Demasiado calor e muito Tennys

Stan Wawrinka e David Goffin despedem-se do Open da Austrália.

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LUSA/JULIAN SMITH

Chama-se Tennys, não porque é jogador de ténis ou porque nasceu no Tennessee, mas sim porque era esse o nome do seu bisavô sueco, de apelido Sandgren. Nesta quinta-feira, milhares ficaram a conhecer o norte-americano de 26 anos, ao eliminar, em Melbourne, o campeão do Open da Austrália de 2014, Stan Wawrinka, ainda à procura da sua melhor forma. Tennys Sandgren está agora na terceira ronda, o seu melhor resultado em torneios do Grand Slam.

“Estava muito contente por ter conseguido a minha primeira vitória no Grand Slam e agora obtive a segunda. Espero conseguir a terceira”, afirmou Sandgren, após dominar o suíço, por 6-2, 6-1 e 6-4. Wawrinka, ainda oitavo no ranking, vem de uma paragem de seis meses após uma operação ao joelho esquerdo, em Agosto. Por pouco que não estava em condições de jogar em Melbourne, mas preferiu competir, mesmo sem estar em forma.

“Não gosto nada deste tipo de encontros, mas preciso de me manter positivo. A verdade é que cheguei aqui sem saber se seria capaz de disputar o meu primeiro encontro. É um grande passo para mim. Foi extremamente duro sentir-me assim no court e perder desta forma, mesmo que ele tenha jogado bem”, explicou Wawrinka, autor de 35 erros não forçados e incapaz de “quebrar” o serviço do adversário.

Tal como Mackenzie McDonald, também Sandgren desenvolveu o seu ténis no circuito universitário dos EUA, contribuindo para a presença da Universidade de Tennessee na final de 2010, e foi semifinalista individual no ano seguinte. A progressão no circuito profissional foi interrompida em 2014, quando teve de ser operado à anca, o que o afastou dos courts por seis meses e, no início de 2015, estava fora do top 700. Chegou a Melbourne como 97.º e vai agora decidir um lugar nos oitavos-de-final com um adversário classificado três lugares à frente, o alemão de 22 anos Maximilian Marterer, que afastou Fernando Verdasco (40.º), por 6-4, 4-6, 7-6 (7/5), 3-6 e 6-3.

No dia em que as temperaturas chegaram aos 40 graus – mais ainda ao nível do solo –, houve quem ficasse com as esperanças de ir longe na prova totalmente derretidas. David Goffin, que terminou 2017 no top 10, chegou à final do ATP Finals e ganhou todos os singulares na Taça Davis (incluindo dois na final em que a Bélgica perdeu com a França), não teve forças para ganhar mais do que um set no duelo com o veterano Julien Benneteau (57.º).

Preterido nessa final, o francês de 36 anos recebeu um wild-card para o Open da Austrália por estar a realizar a sua última época no ATP World Tour, onde disputou 10 finais, sem conquistar o desejado título – entre as quais, a de Kuala Lumpur, ganha por João Sousa. Benneteau serviu para fechar o encontro, a 5-4 do quarto set, mas duas duplas-faltas convidaram o belga novamente para a discussão, só que Goffin não aproveitou um set-point e o francês impôs-se no tie-break: 1-6, 7-6, 6-1 e 7-6 (7/4).

Novak Djokovic sobreviveu à canícula e a Gael Monfils, que venceu o set inicial, mas foi o francês, que se preparou para o Open sob o calor de Miami, a desgastar-se mais depressa. “Quando enfrentamos condições assim, obviamente que isso nos afecta mentalmente, mas elas não justificam as minhas duplas-faltas. É natural estar enferrujado e só espero estar melhor no próximo encontro”, afirmou Djokovic que, apesar das 11 duplas-faltas, somou a 15.ª vitória em outros tantos duelos com o francês, esta com os parciais de 4-6, 6-3, 6-1 e 6-3.

Já Dominic Thiem (5.º) recuperou de 0-2 em sets para ultrapassar Denis Kudla (176.º), por 6-7 (6/8), 3-6, 6-3, 6-2 e 6-3. Alexander Zverev (4.º) ganhou o embate 100% alemão com Peter Gojowczyk (61.º), por 6-1, 6-3, 4-6 e 6-3, tal como Juan Martín del Potro (11.º), que também precisou de quatro sets para afastar Karen Khachanov (45.º): 6-4, 7-6 (7/4), 6-7 (0/7) e 6-4. Zverev vai agora enfrentar Hyeon Chung (59.º), vencedor da Next Gen Finals, enquanto Del Potro defronta Tomas Berdych (19.º).

Roger Federer (2.º) teve a sorte de jogar à noite e superou o alemão Jan-Lennard Struff (55.º) por 6-4, 6-4 e 7-6 (7/4). Segue-se Richard Gasquet (31.º).

Na terceira ronda do torneio feminino, que ficou sem Garbiñe Muguruza e Johanna Konta, diminuídas fisicamente, vai realizar-se um duelo de antigas campeãs, entre Maria Sharapova (vencedora em 2008) e Angelique Kerber (2016).

A russa vingou-se da derrota no Open dos EUA frente à letã Anastasija Sevastova (16.ª), vencendo por 6-1, 7-6 (7/4), enquanto Kerber (21.ª) levou 1h10m para ultrapassar Donna Vekic (55.ª), por 6-4, 6-1.

A actual líder do ranking, Simona Halep, superou Eugenie Bouchard (81.ª), com um duplo 6-2, em 1h05m. Melhor fez a ex-número um, Karolina Pliskova, que bateu Beatriz Haddad Maia (71.ª) em somente 44 minutos: 6-1, 6-1.

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