Ryan Giggs toma conta da selecção de Gales

O ex-extremo do Manchester United sucede no cargo a Chris Coleman.

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Ryan Giggs passa do desemprego para a selecção de Gales Reuters/REBECCA NADEN

Como jogador, nunca conseguiu participar numa grande competição internacional de selecções e agora tem a oportunidade para o fazer enquanto treinador. Ryan Giggs foi anunciado nesta segunda-feira como novo seleccionador do País de Gales, sucedendo no cargo a Chris Coleman, que assumira o comando do Sunderland, último classificado do Championship. Giggs, de 44 anos, ganhou a corrida aos outros candidatos, entre eles o antigo avançado galês Craig Bellamy.

Esta será a segunda experiência de Giggs como treinador principal, depois de ter tido uma breve passagem como treinador-jogador pelo Manchester United, orientando a equipa durante quatro jogos em 2013-14 após o despedimento de David Moyes. Depois, ainda ficou mais duas temporadas como adjunto de Louis van Gaal, mas abandonou Old Trafford quando José Mourinho foi contratado. “Estou muito orgulhoso por me terem concedido esta honra de treinar a selecção nacional. Estou muito entusiasmado com a perspectiva de disputar a Liga das Nações e as qualificações para o Euro 2020”, afirmou Giggs, um dos melhores jogadores galeses de sempre (64 internacionalizações, 12 golos), mas que nunca conseguiu levar a sua selecção aos grandes torneios.

Ainda sem ter nomeado uma equipa técnica, Giggs diz que se aconselhou com o treinador que teve durante quase toda a sua carreira, Alex Ferguson, e que lhe vai telefonar regularmente a pedir conselhos. “Era uma estupidez não ter falado com ele. É um dos maiores treinadores de sempre, talvez o maior. Falei muito com ele nas últimas 24 horas e vou continuar a falar com ele”, reforçou Giggs, que deve a Ferguson a sua carreira — foi o treinador escocês que o lançou na primeira equipa do United com apenas 17 anos e o manteve em Old Trafford durante mais de duas décadas, para além de ter sugerido que Giggs seria a escolha ideal para treinar o United, como sucessor de Van Gaal.

Giggs, chega, assim, ao seu primeiro emprego “a sério” como treinador (assinou um contrato de quatro anos), ele que chegou a estar perto de ser o treinador do Swansea há dois anos. Mas a federação galesa já pensava nele para assumir a selecção ainda antes de entregar o cargo a Gary Speed, outro histórico do futebol galês sem experiência como treinador. Depois da morte de Speed, em 2011, Chris Coleman assumiu o cargo e levou a selecção galesa a um apuramento inédito para o Euro 2016 (torneio no qual caiu nas meias-finais, frente a Portugal), falhando depois a qualificação para o Mundial 2018. O primeiro objectivo de Giggs é fazer de Gales uma das 24 equipas presentes no Euro 2020 e, depois, tentar chegar ao Mundial do Qatar, em 2022.

Como jogador, Giggs é considerado um dos melhores extremos-esquerdos da história do futebol mundial. Nascido em Cardiff, em 1973, mudou-se para Manchester aos seis anos e, aos 12, foi parar à academia do Manchester City. Dois anos depois, mudou-se para o United e, aos 17, já estava a jogar na primeira equipa dos “red devils”, na qual se manteve durante 24 temporadas de altíssimo rendimento e pela qual obteve muitas conquistas, entre elas 13 títulos de campeão inglês e duas Ligas dos Campeões.

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