Cartas ao director

Boa noite e bom ano!

Ainda ressoam na minha cabeça a frase "E tu, o que fazes para tornar o mundo melhor?" e a crónica de Bárbara Wong de 31 de Dezembro ("Não sei fazer um balanço do ano"). Como seria bom que, nesta altura do ano, talvez a mais propícia, nos coloquemos aquela pergunta e a coloquemos na nossa longa ou curta carta de intenções e objectivos pessoais.

Como seria desejável que viver em sociedade passasse por "acreditar que todos temos responsabilidades e não nos eximirmos delas. Cada um com o seu estilo, a sua personalidade e o seu talento." Deixemo-nos de "blá, blá, blá". Estamos sempre prontos a criticar o que os outros fazem, mas não o que fazemos nós. Esforço-me por tornar este mundo melhor? 

Eu, cansei-me de palavras - elas são levadas pelo vento, ainda que lindas... Mas as palavras podem gerar acção. Essas são as que mais interessam. "Faça-se! Penso, logo ajo, logo me levanto, logo resolvo, logo arrumo e limpo, logo experimento e arrisco uma ideia, logo não deixo para amanhã o que posso fazer hoje. Logo vou mudar de vida. Logo vou procurar mais 'tempo para o amor'. Logo me sinto mais realizado!"

Afinal, o ano passa a correr e logo mais já estaremos a iniciar 2019 e a fazer o balanço, sempre difícil, do ano que passou... Um bom ano para todos vós!

Céu Mota, Santa Maria da Feira

 

Desejos para 2018

Que poderemos desejar para o novo ano que agora começa? Se esta pergunta fosse feita no contexto de um concurso Miss Universo a resposta óbvia seria: "world peace". Como sou menos ambicioso, gostaria que em 2018 vivêssemos finalmente num país livre de corrupção, dirigido por políticos com honestidade à prova de bala, mas... talvez seja pedir demasiado.

Como seria bom que a nossa Justiça, em 2018, finalmente acordasse e seguisse o cheiro do dinheiro de vários negócios muito pouco transparentes, como os do Parque Mayer, submarinos, Kamov, Siresp, etc... Não peço a condenação dos corruptos, caso os haja, mas sim a simples constituição como arguidos (com base nos indícios encontrados) de alguns figurões que povoam os nossos noticiários televisivos; não tenho dúvida que a nossa democracia ficaria fortalecida e o ar que respiramos muito menos poluído, mas o país, esse, não voltaria a ser o mesmo! Sonhar não é proibido....

Ezequiel Neves, Lisboa

 

Ano novo, vida velha para os sem-abrigo

O novo ano vai começar sem um plano nacional para tirar das ruas os sem-abrigo. O Governo, os deputados e as centrais sindicais fazem de conta que os deserdados não existem. O Presidente da República, ao fim de dois anos de mandato lá se lembrou de pedir a contagem dos que fazem das calçadas morada de esquecimento e desespero. O monumental fogo-de-artifício que varreu Portugal na passagem do ano não iluminou o coração dos moradores das ruas. O que dirão os sem-abrigo do dinheiro a rodos para a banca falida, da urgência na reconstrução das casas destruídas pelos incêndios e do clamoroso apelo institucional de união de todos os portugueses.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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