Volvo Ocean Race ruma a Hong Kong com Cammas e dois portugueses

A quarta etapa da prova arrancou nesta madrugada com Frederico Melo e Bernardo Freitas a bordo do Turn the Tide on Plastic.

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Eloi Stichelbaut

Após quase 16 mil milhas náuticas percorridas e uma pequena pausa em Melbourne, na Austrália, a frota da Volvo Ocean Race (VOR) 2017-18 partiu na madrugada desta terça-feira rumo a Hong Kong, região que se estreia como escala da prova de circum-navegação por equipas. Em relação à terceira etapa, haverá 19 novos velejadores nas sete equipas, destacando-se o regresso de Frank Cammas à competição: o francês, que em 2011-12 comandou o Groupama 4 à vitória na VOR, substituirá na Dongfeng o lesionado Pascal Bidégorry. De fora, também por lesão, estará o português António Fontes, mas a Turn the Tide on Plastic, equipa com bandeira das Nações Unidas e de Portugal, terá a bordo Frederico Melo e Bernardo Freitas.

Depois de ultrapassarem o temível Índico Sul, onde enfrentaram condições de mar e vento difíceis e temperaturas muito baixas, as sete equipas da VOR preparam-se para regressar ao Hemisfério Norte, o que implicará uma nova passagem pelos “doldrums”, região de ventos inconstantes junto à linha do Equador. Num percurso de seis mil milhas náuticas que terá início pela costa Leste da Austrália, os favoritos voltam a ser a MAPFRE e a Dongfeng, sendo que a equipa franco-chinesa conta com um reforço importante: Frank Cammas.

Reeditando, com Charles Caudrelier, a dupla que venceu com o Groupama 4 a VOR em 2011-12 — agora será Caudrelier o skipper da equipa —, Cammas, aos 45 anos, substituirá o navegador Pascal Bidegorry, que se lesionou na regata entre a Cidade do Cabo e Melbourne. “A lesão do Pascal, um elemento-chave da equipa desde o início, não é uma boa notícia para nós, e não é fácil substituir o navegador, mas tenho tanta experiência a velejar com o Pascal como tenho com o Frank, com quem tenho velejado nos últimos 20 anos. Por isso, era obviamente a primeira opção e ele está verdadeiramente motivado para regressar”, afirmou Caudrelier antes da partida para Hong Kong.

Para além de Cammas, a Dongfeng contará com o regresso de Jérémie Beyou, que descansou na etapa anterior. O terceiro classificado da Vendée Globe 2016-17 ocupará o lugar de Stu Bannatyne. Conhecido como o “rei dos mares do Sul”, o neozelandês participa pela oitava vez na prova e, em conversa com o PÚBLICO, referiu que, apesar da supremacia da MAPFRE e da Dongfeng nas duas últimas etapas, “ainda é cedo” para apontar favoritos à vitória na competição. “Faltam mais de dois terços da corrida e ainda estão muitos pontos em jogo. Todas as equipas estão a aprender e daqui a uma ou duas etapas haverá um equilíbrio maior. Haverá oportunidade para todos”, analisou Bannatyne. Vencedor da prova em três ocasiões, o velejador de Christchurch diz esperar que a VOR se mantenha “na liderança do desenvolvimento técnico de barcos offshore”, mas refuta a ideia da introdução de barcos multicasco nas regatas: “Tiraria a essência do que é a VOR. Na minha opinião, deve ser sempre em mono. É essa a identidade.”

A quarta etapa da 13.ª edição da VOR ficará também marcada por mais um feito importante para a vela portuguesa: pela primeira vez na história da competição, haverá dois portugueses em simultâneo na mesma embarcação. Após terem alternado nas pernas anteriores, Bernardo Freitas e Frederico Melo estarão a bordo do Turn the Tide on Plastic. De fora ficará António Fontes, que partiu o braço na etapa anterior.

 

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