Antes aspirações que previsões

Divido a unidade do ano em 12 fracções-meses de desejos, alguns pessoais, mais do que previsões.

O que é isso de um ano novo metido num novo ano? Aceitando, porém, a convenção ínsita na pergunta, divido a unidade do ano em 12 fracções-meses de desejos, alguns pessoais, mais do que previsões (a ordem é irrelevante):

  1. Paz. Em mim. E em cada um até à utopia de paz para todos que é mais do que a ausência de guerra.
  2. Discernimento. Tão deficitário e tão essencial! Para nos iluminar pelo bem e nos prevenir contra o mal.
  3. Esperança. Que não a percamos, mesmo que haja razões para a molestar.
  4. Responsabilidade do dever. Aquela que está para além de nós próprios. Aquela que combate a erosão humanista da voracidade da indiferença. 
  5. Critério. Que erradique os maniqueísmos tóxicos. Que não transforme a técnica na nova ideologia absolutista. Que não se alcandore o individualismo predador à regra máxima.
  6. Protecção. Da pessoa diante de todas as devassas que iludem a realidade, igualizam meios e fins e premeiam a desonestidade e o crime.
  7. Natureza. Como Luther King: “Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, hoje ainda plantaria uma árvore.
  8. Convergência. Que mais vezes e melhor sejamos capazes de fazer convergir o bem, o bom e o belo – ou seja, ética e estética.
  9. Justiça. Como farol, acima dos procedimentos e das tecnicalidades de que alguns beneficiam, enquanto a outros, como as vítimas, martiriza.
  10. Língua portuguesa. Que não sendo património imaterial da UNESCO, seja património indissolúvel e inegociável de ser português no mundo.
  11. Tempo. Ser no que está para além do cronómetro. Para assim exaltar a vida como uma criança.
  12. Curiosidade. Que ela continue a alimentar-me enquanto sempre renovada descoberta da minha ignorância.
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