Associação proTejo promete luta contra pedido de indemnização a activista

Celtejo pede 250 mil euros a Arlindo Marques, conhecido como o “guardião do rio”, alegando ofensas ao bom nome.

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Arlindo Marques denuncia há cerca de quatro anos casos de poluição no rio Ricardo Lopes

O proTEJO – Movimento pelo Tejo emitiu nesta terça-feira um comunicado em que se compromete “a tomar todas as diligências” para que o secretário da mesa do Conselho Deliberativo da plataforma, Arlindo Marques, “não seja condenado por exercer a sua cidadania”. Na passada semana, este activista ambiental foi alvo de uma acção em tribunal, com um pedido de indeminização de 250 mil euros, movida pela Celtejo – Empresa de Celulose do Tejo, S.A., pertencente ao Grupo ALTRI.

Arlindo Marques, conhecido como o “guardião do Tejo”, é um activista que há cerca de quatro anos denuncia casos de poluição no rio, publicando nas redes sociais vídeos e fotografias de focos de poluição alguns deles atribuídos à Celtejo.

A empresa acusa Arlindo Marques de ofensas à sua credibilidade e bom nome. “A defesa do rio Tejo não pode ser feita em cima de calúnias e de populismos fáceis, mas com rigor, escrutinando as fontes poluidoras ao longo do curso do rio”, afirmaram os responsáveis da empresa num comunicado divulgado na sua página do Facebook.

O activista, guarda prisional de profissão, afirmou ao PÚBLICO na passada semana ter ficado “surpreendido” com a acção e com o pedido de indeminização, garantido, porém, que não vai “ficar calado” e que continuará a “denunciar todos os crimes cometidos no rio”.

Para o proTEJO, esta acção “é contra todos os cidadãos de Portugal e Espanha que se preocupam com o rio Tejo”. “Em muitas das situações registadas e denunciadas por Arlindo Marques existem fortes suspeitas da poluição existente no rio Tejo ser proveniente da Celtejo ou de indústrias de papel associadas, uma vez que esta empresa foi sinalizada pela Agência Portuguesa do Ambiente como contribuinte significativa para as ocorrências de poluição no rio Tejo”, diz o comunicado da plataforma.

A associação diz ainda repudiar “este acto de intimidação que tenta condicionar o direito constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua opinião”, e que “vem somar-se a outros que têm vindo a ocorrer sobre ambientalistas que prestam um serviço público de elevada valia e respeitabilidade ao denunciarem as acções de uns poucos que muito têm contribuído para a degradação o rio Tejo e seus afluentes”.

“Este é um caso de justiça e iremos empenhar todas as nossas forças para que dele sejam retiradas as devidas consequências como é devido num Estado de direito. Esta é a hora de retribuirmos e de nos unirmos todos na defesa de Arlindo Consolado Marques, tal como ele tem defendido o rio Tejo e os seus afluentes. O Arlindo Consolado Marques merece e o Tejo também o merece! Somos todos Arlindo Marques”, diz o comunicado da proTEJO.

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