Novo partido Iniciativa Liberal disputa eleições em 2019

Nova força política rejeita divisão tradicional entre esquerda e direita. Portugal fica com 22 partidos políticos.

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Tribunal Constitucional exigiu alterações estatutárias ao IL Carla Rosado

O Iniciativa Liberal, partido cuja constituição foi autorizada pelo Tribunal Constitucional (TC), prepara-se para disputar as três eleições previstas para 2019: europeias, regionais da Madeira e legislativas. O partido não se revê nos eixos tradicionais esquerda-direita e prefere a divisão entre progressistas e conservadores. “Aí somos progressistas”, afirmou ao PÚBLICO o secretário-geral, Rodrigo Saraiva.

Assumindo-se como “europeístas e globalistas”, os membros do novo partido revêem-se totalmente no termo liberal – “politicamente, socialmente e economicamente”, de acordo com Rodrigo Saraiva. Na economia, isso quer dizer, por exemplo, que o papel do Estado deve ser o de regulador. “No caso das privatizações, somos contra a criação de monopólios”, exemplifica.

Já nas chamadas questões de costumes – como o casamento entre pessoas do mesmo sexo – o Iniciativa Liberal poderá rever-se nas posições dos partidos mais à esquerda. “Se essa questão se colocar, não mexemos no que está em vigor. Felizmente isso está resolvido na sociedade portuguesa”, afirmou. Caso venha a eleger deputados, o Iniciativa Liberal terá de optar por um lugar no hemiciclo mais conotado com a esquerda ou com a direita. Rodrigo Saraiva questiona a obrigação de haver lugares marcados no Parlamento e considera que os partidos se “fecharam em si próprios”.

Um acórdão divulgado nesta terça-feira pelo TC autorizou o partido Iniciativa Liberal, depois de corrigidos alguns aspectos estatutários. O TC tinha apontado, anteriormente, a violação da lei dos partidos políticos em que o Iniciativa Liberal estava a incorrer ao prever que os membros do conselho de jurisdição fossem também membros do órgão de direcção política, o conselho nacional. Os signatários do Iniciativa Liberal corrigiram esta matéria, que violava o "estatuto de independência e imparcialidade" que deve assistir aos membros de um órgão jurisdicional.

O Iniciativa Liberal torna-se o 22.º partido político português, numa lista iniciada, por ordem cronológica de inscrição, pelo PCP, seguido de CDS, PSD, PS, PCTP/MRPP, PPM, POUS, PEV, PNR (antigo PRD), MPT, BE, PLD, PTP, PPV/CDC, PAN, MAS, Livre, JPP, PDR, NC e PURP.

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