Depois de ter recebido seis dos oito primeiros classificados do campeonato - com um saldo naturalmente pesado - o Desp. Aves prepara-se para encerrar, precisamente frente ao líder FC Porto, a dura e exigente sequência caseira que determinou já uma troca no comando técnico.

Lito Vidigal, que sucedeu a Ricardo Soares, vê neste encontro uma oportunidade rara para extrair ainda mais benefícios, essencialmente motivacionais, depois das vitórias conquistadas em Setúbal (Liga) e em Leiria (Taça de Portugal).

O treinador dos avenses expressou, aliás como lhe competia, o desejo de colocar um ponto final à invencibilidade doméstica dos “dragões”, corrigindo simultaneamente uma lacuna histórica, já que o Desp. Aves nunca venceu o FC Porto, apesar da ameaça em 2000 (a que Aloísio respondeu com o golo da vitória, por 1-0, a três minutos do fim) e da tentativa fracassada de estragar a festa do título em 2006/07, na última jornada.

Assim, e olhando exclusivamente aos números, percebe-se que poucos factores conspirarão a favor dos avenses: nove derrotas em nove jogos, com dois golos marcados (ambos na casa azul-e-branca) e 26 consentidos diz muito da realidade com que o Desp. Aves mais uma vez lidará.

O percurso avense em casa também não tem sido brilhante, mas é justo referir que em seis jogos defrontou Sporting, Sp. Braga, Belenenses, Rio Ave, Benfica e V. Guimarães, faltando apenas o Marítimo para conseguir o pleno entre o top 8 da Liga.

O FC Porto é, no plano teórico, o "tubarão" que falta antes de o Desp. Aves poder virar-se para os adversários de um segmento mais aproximado do nível a que aspira numa competição a que está a adaptar-se.

Implacável, alheio às inquietações dos locais, o FC Porto posiciona-se de forma a vencer e assim pressionar ainda mais os rivais directos, que jogam no dia seguinte. Expulso na Taça de Portugal, Sérgio Conceição estará no banco, onde poderá sentir e agir em tempo real o pulso do “dragão” depois de mais um compromisso europeu, com o peso da viagem a Istambul e das ausências de Marega, Soares e Otávio, o que levou o técnico a requisitar os “bês” Bruno Costa, André Pereira e Wenderson Galeno.