Teresa Anjinho deixa cargos no CDS-PP para ser provedora adjunta de Justiça

As novas funções da ex-deputada são incompatíveis com exercício de cargos políticos.

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Teresa Anjinho chegou ao CDS em 2011, pela mão de Assunção Cristas Nuno Ferreira Santos

A ex-deputada do CDS-PP Teresa Anjinho vai deixar todos os cargos partidários e políticos que ocupa por considerar que é incompatível com as funções que vai assumir como provedora adjunta de Justiça. A jurista chegou ao CDS em 2011, pela mão de Assunção Cristas, e entrou para a comissão política nacional com a bênção do ex-líder do partido Paulo Portas como um dos sinais de renovação interna.

“É aplicável o estatuto dos magistrados e decorre dos deveres de isenção”, justificou ao PÚBLICO Teresa Anjinho, que toma posse como provedora djunta no dia 11 de Dezembro. A ex-deputada vai abandonar os cargos que mantinha na comissão executiva – o núcleo duro da líder – e na comissão política nacional do CDS. A nível distrital, também abdica de ser líder da estrutura de Coimbra, de onde é natural.

Depois de ter sido eleita deputada municipal em Coimbra, nas eleições autárquicas de dia 1 de Outubro, a centrista renunciou esta terça-feira ao mandato por considerar que estas funções são “incompatíveis” com as que vai assumir como adjunta da provedora Maria Lúcia Amaral. Teresa Anjinho renunciou também ao lugar que tinha na Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial.

Com 43 anos, a antiga deputada é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tem mestrado em Direitos Humanos e é doutoranda da Faculdade de Direito da Universidade de Direito da Universidade Nova de Lisboa – onde é professora convidada. Foi, aliás, nessa universidade que conheceu Assunção Cristas, que estava há pouco tempo no CDS e a incentivou a ter uma participação activa no partido sobre as causas que defendia como a igualdade.

Entrou para a comissão política nacional de Paulo Portas em 2011, no congresso de Viseu, a poucos dias de cair o Governo de José Sócrates. Integrou a lista de deputados às legislativas e foi eleita para a bancada do CDS onde trabalhou os temas da igualdade, violência doméstica e da justiça. Cumpriu um mandato, mas nas eleições de 2015 ficou de fora das listas de deputados. Paulo Portas acabaria por lhe dar uma compensação: indicou-a para secretária de Estado da Justiça. Só que esse Governo PSD-CDS durou pouco mais de mês ao ser derrubado pela maioria de esquerda.

Com a saída de Paulo Portas no final de 2015, Assunção Cristas assumiu a liderança do CDS em Março de 2016 e chamou Teresa Anjinho para ser vogal da comissão executiva e fazer parte da comissão política nacional. A jurista deixa agora o lugar vago que pode ser preenchido antes do próximo congresso, em Março de 2018. 

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