Empresário diz que tudo não passa de um “equívoco”

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Virgilio Rodrigues

O empresário Miguel Pais do Amaral garante que as suspeitas do Ministério Público resultam de um “equívoco” e garante que pagou todos os impostos que lhe eram devidos. Sublinha que nos últimos anos as empresas envolvidas nestes negócios foram sujeitas a uma inspecção da Autoridade Tributária e que não foi feita nenhuma correcção em sede de IRC. Admite apenas que foi realizada uma correcção em sede de IVA, que está a ser contestada nos tribunais, e foi motivada pelo facto da empresa espanhola que vendeu os direitos televisivos à Worldcom não estar inscrita para pagar IVA naquele país, como tinha dito que estava. Como não chegou a ser pago o IVA da transacção em Espanha, a Autoridade Tributária exigiu esse montante à empresa aquirida por Pais do Amaral.   

Questionado pelo PÚBLICO, sobre que impostos o dono da Leya tinha pago relativamente a estes negócios a título de rendimentos pessoais um seu colaborador especializado em contabilidade explicou que não foi paga qualquer quantia porque a mesma não seria devida. Isto porque o que Pais do Amaral recebeu foi entregue a título de devolução de empréstimos que tinha feito à sua empresa Alfacompetição. Esta sociedade é usada pelo empresário para financiar aquilo que o próprio apelidou como um hobbie, nomeadamente a participação de Pais do Amaral em competições automobilísticas, como as 24 Horas de Le Mans, onde já é um “habitué”.

O actual presidente do Conselho de Administração da Media Capital garante igualmente que os contratos efectuados foram reais e não fictícios como acredita o Ministério Público. No entanto, o seu colaborador fiscal não conseguiu precisar quais as marcas comerciais que terão sido divulgadas em competições automobilísticas, como a das 24 Horas de Le Mans, o que levou a empresa Walton Group de Carlos Santos Silva a pagar dois milhões de euros à empresa de Pais do Amaral. Isto associado ao facto de não ser conhecida nenhuma marca comercial da Walton Group, uma empresa sem funcionários. A advogada de Carlos Santos Silva, Paula Lourenço, optou por não fazer qualquer comentário a estes factos, uma posição que tem assumido ao longo da Operação Marquês.

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