Batalha considera "disparate do tamanho do mosteiro" proibir refeições em panteões

Autarca critica declarações do ministro da Cultura. E recorda que o Mosteiro da Batalha foi um convento durante séculos, onde havia espaços de comida.

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Mosteiro da Batalha Nuno Ferreira Santos

O presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, considerou este sábado que seria um "disparate do tamanho do Mosteiro da Batalha" restringir totalmente "qualquer serviço de refeições nos panteões".

"Concordo com as restrições, mas não na totalidade e sem critério. É um disparate do tamanho do Mosteiro da Batalha e vai contra o esforço sério de valorização do mosteiro", salientou Paulo Batista Santos (PSD), em declarações à Lusa a propósito da entrevista com o ministro da Cultura publicada neste sábado no jornal Expresso.

O autarca concorda que "existam limitações" à realização de festas e banquetes" nos monumentos, e recordou que no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, existem locais que estão vedados a eventos "pelo seu simbolismo" e "respeito", como é o caso da sala do Capitólio.

"As preocupações que exortam o Governo a ponderar uma decisão final à totalidade de qualquer serviço de refeições nos panteões é que não concordo", sublinhou Paulo Batista Santos, que referiu que está acordado com a Direcção-Geral do Património Cultural a criação de uma cafetaria no Claustro D. Afonso V do Mosteiro da Batalha, no distrito de Leiria.

O autarca recorda que o Mosteiro da Batalha, classificado como Património da Humanidade e inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO em 1983, recebe congressos nacionais e internacionais e que existe o apoio de catering. "A não ser que prefiram que se coloquem tendas e rulotes à porta do mosteiro", reforçou.

Os eventos que se realizam são também uma forma de atrair visitantes ao monumento, "um trabalho que se corre o risco de perder", segundo Paulo Batista Santos.

O autarca recordou ainda que o "Mosteiro da Batalha foi um convento durante vários séculos, com a ordem dominicana, onde havia espaços de comida, como cozinhas, que conviveram com os nossos reis".

Numa entrevista ao semanário Expresso deste sábado, Luís Filipe Castro Mendes, afirmou que pretende que "o aluguer do espaço monumental seja feito respeitando o seu valor simbólico e valorizando-o", e confirmou que o Governo vai estabelecer uma nova regulamentação para a utilização privada dos monumentos.

Em Maio de 2016, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, o reconhecimento do estatuto de panteão nacional também ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

 

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