Uber compreende protestos de motoristas e alerta para necessidade de nova legislação

Director-geral da Uber para a região ibérica, Rui Bento, sublinha que o quadro regulatório deve ir "ao encontro das expectativas dos milhares" que usam diariamente a Uber e dos "mais de 3000 motoristas".

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Motoristas da Uber realizaram nesta quarta-feira uma paralisação LUSA/MÁRIO CRUZ

A Uber considerou nesta quarta-feira que os protestos admitidos pelos motoristas que prestam serviço através da plataforma "reforça a urgência da aprovação", no parlamento, "de um quadro regulatório moderno e transparente para a mobilidade em Portugal".

Rui Bento, director-geral da Uber para a região ibérica, depois de assegurar o respeito pelo "direito" que os motoristas têm de se manifestar, sublinhou que o quadro regulatório deve ir "ao encontro das expectativas dos milhares" que usam diariamente a Uber e dos "mais de 3000 motoristas" que encontram na empresa "uma oportunidade económica".

"Esperamos que o maior evento tecnológico do mundo inspire Portugal para celebrar e não para punir a inovação", adiantou Rui Bento, numa referência à Web Summit, que até quinta-feira decorre em Lisboa, com quase 60 mil participantes.

Esta posição surge no dia em que o presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas de Transportes (ANPPAT), João Pica, anunciou que os motoristas que prestam serviços através das plataformas Uber, Cabify e Chofer vão fazer uma marcha lenta por Lisboa com quase 2.000 viaturas, caso a aprovação da lei que regula o sector não avance em Novembro no parlamento.

Segundo João Pica, a medida que estão a prever, para um futuro próximo, é a marcha lenta, "mas tudo dentro da legalidade" e os motoristas não irão "fazer nada que seja ilegal, ao contrário de outros sectores".

As marchas lentas pela capital portuguesa serão feitas dentro dos limites de velocidade com os veículos de serviço, que são perto de 2000 e serão feitas porque "este é um problema para ser resolvido".

Os motoristas que prestam serviços através daquelas plataformas de transportes alternativos efectuaram nesta quarta-feira uma paralisação de protesto e ficaram offline, entre as 16h00 e as 20h00.

A Uber é a única plataforma que trabalha com tarifas dinâmicas e, como tal, a viagem mais cara que realizou no âmbito da cimeira teve um valor de quase 90 euros. Este cliente, quando aceitou a realização da viagem, teve acesso na plataforma à perspectiva dos custos, entre os 80 e os 90 euros, sendo que "o cliente não foi enganado", reforça o presidente, João Pica.

A Uber é uma plataforma online que permite pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros, com uma aplicação para smartphones que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte. Em Portugal, está disponível nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e no Algarve.

A sua actividade, bem como a da Cabify e Chofer, tem sido muito contestada pelos taxistas, uma vez que os operadores ligados a estas plataformas não têm de cumprir os mesmos requisitos formais do que os táxis para trabalhar.

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